quinta-feira, 16 de julho de 2015

Entrevista a Madalena Barreto



Fale-nos um pouco sobre si.
Chamo-me Madalena, nasci em Moçambique e vivo em Lisboa com a minha alargada família. Entenda-se por alargada, o meu filho, marido, os meus cães e gatos. Tive uma educação católica. Mas sempre me interessei pela Mitologia celta, nórdica, e mais tarde sobre a religião Wicca. Adoro viajar, o que faço sempre que posso. Sou uma apaixonada pela Irlanda. Curiosa por natureza, nunca deixo de me questionar. Sou ainda uma pessoa impulsiva mas tenho como mote de vida o princípio Wicca: “Desde que não prejudiques ninguém, faz o que entenderes”. Mas a verdade é que acima de tudo gosto de contar estórias, de transportar quem lê os meus livros para este meu mundo alternativo onde tudo é possível onde tudo é permitido. Yggdrasil, sou eu. Os meus livros, são ao fim e ao cabo toda uma representação de quem sou. Espero poder levar comigo através desta minha Vida todos aqueles que me queiram acompanhar. E que esse caminho que comecei agora a percorrer ainda seja longo.

Como entrou a escrita no seu dia-a-dia?
Sou viciada em livros. Ainda me lembro do primeiro livro que li, “Os Cinco na Ilha do Tesouro” de Enid Blyton, adorei a sensação que tive, imaginava-me como mais um membro daquele grupo, vivia o que lia como se tivesse sido escrito especialmente para mim. Uns anos mais tarde descobri aquele que será para sempre o meu escritor preferido, e que infelizmente já não se encontra entre nós, o alemão Heinz G. Konsalik. Mas o grande impulso em todos os momentos da minha vida foi sempre a minha avó Lena com quem ganhei o gosto pela leitura e por contar estórias. Fez-me acreditar na força das palavras, sempre adorou ouvir tudo o que eu inventava e acima de tudo sempre acreditou em mim. A sua motivação fez com que nunca desistisse do meu sonho. E esse foi amadurecendo com o meu crescimento até ganhar finalmente forma. Mas até aqui chegar, à publicação de Yggdrasil, foi necessário um último forte empurrão da minha boa amiga Elisabete.

Como se sentiu ao tornar-se uma autora publicada?
Pode parecer um chavão mas foi realmente a concretização de um sonho. Dizem que para uma Mulher se sentir realizada deve: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Neste momento posso dizer que já está tudo feito. Mas ainda não me sinto totalmente realizada, só agora estou a começar. Confesso contudo que ainda mantenho o secreto desejo de me cruzar com alguém que esteja a ler o meu livro. Talvez ai sim me sinta mais completa.

Identifica-se com alguma das suas personagens?
Identifico-me com todas. São todas um pouco de mim, daquilo que sou, de quem gostaria de ser, do que gostaria de fazer. São todas minhas filhas, meus filhos. Mesmo as menos agradáveis, que em Yggdrasil ainda são tantas.

Quais são as suas referências e inspirações enquanto escreve?
Todos os escritores que já li, o que me rodeia, o que vivi, as viagens que faço. Sou o resultado de tudo isso. Gosto de pensar que também eu, sou uma personagem no livro de alguém cujo fim ainda não foi escrito.

Qual é que acha que é o papel da blogosfera em geral na divulgação literária?
É aquele precioso empurrão que projecta o nosso trabalho e nos ajuda dessa forma a chegar mais longe, a mais pessoas. É a ajuda fulcral em qualquer etapa do nosso caminho para nos dar a conhecer, o que fazemos e porque o fazemos. É ainda a fantástica ponte que se constrói ao fomentar o diálogo entre o autor e os leitores e permitir desse modo o diálogo e as críticas que nos ajudam a melhorar, a continuar, a crescer. Quero poder corresponder a essa ajuda que me dão com a certeza de que estarei sempre acessível e responderei sempre a tudo e a todos. Desde já o meu sentido agradecimento.

Apesar de o livro ter saído recentemente, tem recebido feedback dos seus leitores?
Tenho recebido algum. Gostaria que fosse mais, mas para já não me posso queixar afinal ainda só está a fazer dois meses desde a sua publicação. Tenho tido a oportunidade de estar sempre em movimento em diversas partes do país na promoção de Yggdrasil e isso tem sido outra grande ajuda para a projecção do meu trabalho. Tenho inclusive várias pessoas no Brasil que já me fizeram chegar o seu interesse em ler o meu livro, pelo que é muito bom saber que já estou a chegar além-fronteiras. Gostava contudo que quem já leu Yggdrasil se sentisse à vontade para me enviar o seu testemunho, independentemente de ser bom ou menos bom, pois assim vejo o que devo mudar e como devo faze-lo. Aliás um dos comentários que me foi enviado recentemente deu-me algumas ideias para o terceiro livro desta saga.

Tem algum plano literário para o futuro?
Muitos e para um futuro próximo. Já não consigo parar. O segundo livro da saga “Profecia do Sangue” já está escrito e se tudo correr bem o seu lançamento ainda será este ano. Entretanto tenho um primeiro livro “Lua do Lobo” de uma nova saga que se intitula “Irmandade da Cruz”, a sair ainda no mês de Outubro. Entretanto vou continuar pelo país a promover o meu trabalho até porque gosto muito do contacto que tenho tido com os leitores e outros escritores.

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