Autora: Eva Weaver
ISBN: 9789898917713
Edição ou reimpressão: 03-2019
Editor: TopSeller
Páginas: 320
Sinopse:
Baseado em factos reais
«Eu tinha 12 anos quando o casaco foi feito. Nathan, o nosso alfaiate e querido amigo, começou a costurá-lo para o meu avô na primeira semana de março de 1938. Esse foi o último ano de liberdade para Varsóvia e para todos nós.»
Quando a Polónia é ocupada pelos nazis, os judeus são escorraçados para um gueto imundo e insalubre, aguardando um destino terrível. Entre eles está o jovem Mika, que, depois da morte do avô, herda o seu casaco, descobrindo nos bolsos secretos um grande tesouro: um fantoche.
Apesar de ser apenas um simples fantoche de um príncipe, transforma-se para Mika num símbolo de esperança. Inspirado pelo projeto que o avô começara, o rapaz cria uma trupe de fantoches para animar as crianças do gueto.
Aos poucos, a sua fama espalha-se por entre todos os que procuram um pouco de cor e alegria entre a morte e a cinza. Até que, certo dia, o talento de Mika é descoberto por um oficial alemão, que leva o rapaz para entreter os mesmos soldados que perseguem e matam os seus amigos e familiares. Mas, se quer sobreviver, a única alternativa de Mika será tentar agradar ao seu inimigo.
Um relato dos dois lados de uma guerra cruel e uma viagem épica sobre sobrevivência, que atravessa continentes e gerações, desde Varsóvia até aos gulags da Sibéria. De que forma se pode alimentar a esperança em tempos tão negros?
Opinião:
Que capa fantástica! Foi sem dúvida o que me puxou mais para começar a leitura deste livro e não me arrependi em nada. Adoro estas histórias verídicas romanceadas desta altura horrível da História. Apesar de ser algo horrível sobre o que ler, o que gosto é como imensas pessoas tinham uma coragem sem igual, como existia quem colocasse os outros à frente das suas necessidades, quem colocasse a sua vida em risco para ajudar os outros, e este livro foi mais um caso disso.
Mika é um jovem que vive durante uma das piores alturas possíveis para ser judeu. De uma família trabalhadora e humilde, Mika sempre fora muito ligado ao seu avô que morrera pouco depois de a guerra começar, deixando-lhe o seu casaco. Um casaco diferente dos demais, mandado fazer à medida e tendo sido optimizado ao longo dos anos, com mais bolsos e arrumação. Apegando-se muito ao casaco, pois este era o seu elo de ligação para com o avô, Mika presencia o início de uma guerra sem precedentes, descobrindo desde cedo que o casaco do avô podia ser uma verdadeira salvação para aquela época negra.
No bolso do casaco, Mika descobre um fantoche. Fantoche esse que o leva a visitar o esconderijo do avô e a descobrir diversos outros fantoches, criando assim um pequeno espectáculo onde consegue utilizar esses fantoches e divertir tanto crianças como adultos no gueto de Varsóvia, distraindo-os durante algum tempo do que se passava em seu redor.
Mas o que era uma atividade ilícita, mas praticada apenas para distrair todos os que estão na mesma situação de Mika, muda quando a atenção de um soldados alemão é despertada pelo espectáculo de Mika. Algo que pode ser perigoso, mas também uma porta aberta.
Foi um livro que gostei imenso. Os livros sobre o gueto de Varsóvia sempre foram os meus favoritos sobre esta altura da história e gostei muito deste. Por norma estes livros baseiam-se sempre na ação de alguém para tentar sobreviver ou alegrar os outros e este livro esteve especialmente na segunda categoria.
A narrativa está dividida em três partes, a primeira e a mais bem escrita e desenvolvida foca-se em Mika e o seu espectáculo de fantoches. A segunda no soldado alemão que conheceu Mika, uma história que comecei entusiasmada mas depressa me desapontou quando percebi que a autora não a desenvolveu como a primeira. Foi uma narrativa mais franca, mais a correr e com menos sentimento, mas que acho que teria dado algo excepcional. A terceira parte é com a filha do soldado e essa percebo que fosse algo mais rápido.
A relação algo estranha desenvolvida entre Max e Mika foi uma das minhas partes favoritas do livro e ficava sempre agarrada ao livro nessa parte da narrativa.
Um livro que gostei imenso, apesar de ter imensa pena da segunda parte não ter sido mais aprofundada. Aconselho!
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