quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

VOX

Autora: Christina Dalcher
ISBN: 9789898917584
Edição ou reimpressão: 02-2019
Editor: TopSeller
Páginas: 304

Sinopse:
Estados Unidos da América. Um país orgulhoso de ser a pátria da liberdade e que faz disso bandeira. É por isso que tantas mulheres, como a Dra. Jean McClellan, nunca acreditaram que essas liberdades lhes pudessem ser retiradas. Nem as palavras dos políticos nem os avisos dos críticos as preparavam para isso. Pensavam: «Não. Isso aqui não pode acontecer.»
Mas aconteceu. Os americanos foram às urnas e escolheram um demagogo. Um homem que, à frente do governo, decretou que as mulheres não podem dizer mais do que 100 palavras por dia. Até as crianças. Até a filha de Jean, Sonia. Cada palavra a mais é recompensada com um choque elétrico, cortesia de uma pulseira obrigatória.
E isto é apenas o início.


Opinião:
Este livro chegou-me às mãos numa grande campanha de marketing que a editora fez não só para chamar a atenção ao seu novo lançamento, mas também à sua mensagem. Uma mensagem assustadora que cada vez se pensa ser mais real com imensos movimentos feministas (quer sejam extremistas ou não) a fazer de tudo para ser uma realidade cada vez mais distante.

Jean continua a lembrar-se de como a sua colega de quarto estava sempre a apregoar que tinham que ir às manifestações lutar pelos seus direitos. De como o governo fazia tudo nas costas das pessoas e de como do nada tudo mudaria. Como Jean achava que ela era louca! Até ao presente, um presente em que Jean apenas pode falar 100 palavras por dia e em que cada sílaba extra tem o castigo de um choque elétrico, cuja potência vai aumentando à medida que vão sendo ditas mais palavras, até a um valor de potência que pode inclusive matar!

Os homens têm a liberdade para falar, serem eles a controlar tudo o que as pessoas do sexo feminino que moram consigo fazem. Muitos homens aproveitaram essas oportunidades para mostrar o que de pior há neles, mas outros mantêm-se iguais ao que eram dentro das 4 paredes de casa, pois no exterior nunca poderiam demonstrar o quão insatisfeitos estão com o novo regime.

As raparigas apenas mantiveram as aulas de matemática na escola e apenas a básica, pois serão elas as responsáveis pelas compras da casa e têm que saber fazer contas, mas todas as outras disciplinas foram abolidas, sendo proibido pessoas do sexo feminino lerem!! As novas aulas escolares incluir costura e cozinha... A juntar a isso tanto homens como mulheres têm aulas sobre a nova política. Aulas de verdadeira lavagem cerebral que fazem as crianças acreditarem em como o novo regime é fantástico e extremamente correto!!

Era um livro que tinha de tudo para ter recebido as 5 estrelas. A premissa é muito boa, mas tudo dependia de como a autora exploraria essa premissa. O problema foi um início muito rápido, sentia falta de um pouco de desenvolvimento de como tudo mudou e o país voltou para a idade da pedra. E depois de um intermédio que gostei imenso, o final foi extremamente abrupto. Não achei que as ações de certas pessoas se ligassem de forma extremamente coerente e senti que a autora na falta da melhor forma de encerrar tudo acabou por se precipitar.

A narrativa acabou por ser diferente do que eu esperava, estava à espera de outro rumo da história e talvez esse tenha sido outro factor. Apesar de ter gostado deste caminho, esperava algo mais "forte", esperava que a personagem feminina principal se demonstra-se uma verdadeira heroína que tinha compreendido como usar o seu próprio pensamento para dar a voltar àquelas escravatura.

Houve passagens que me chocaram, em que me senti com vontade de bater em algumas das personagens dos livros, em que queria gritar! E isso demonstra como acabei por entrar na narrativa, pois, especialmente a meio do livro, estava com a emoções à flor da pele.

Um livro que recomendo experimentarem ler!

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