segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Baunilha e Chocolate

Autora: Sveva Casati Modignani
Edição/reimpressão: 2004
Páginas: 416
Editor: Edições ASA
ISBN: 972-41-2869-5

Sinopse:
Um casamento em crise: como se a baunilha e o chocolate já não combinassem tão bem como outrora... O grande "clássico" de Sveva Casati Modignani.
O que se passa com Penelope e Andrea após dezoito anos de um casamento quase perfeito? A baunilha e o chocolate já não combinam? Impossível! Desde sempre, apesar do contraste de cores e sabores, fizeram uma mistura fantástica, como algumas uniões afetivas, que vão aguentando, aguentando, como que levadas por um vento milagroso. Mas o vento, às vezes, deixa de soprar...
Inesperadamente, Andrea revela-se protagonista de inúmeras escapadelas mal escondidas e o seu comportamento, por vezes, é tão infantil e egoísta que Penelope decide oferecer-lhe um presente: deixá-lo sozinho a lidar com os três filhos e com as inúmeras tarefas domésticas, que até agora pesavam única e exclusivamente sobre os seus ombros. Quanto a ela, refugia-se na casa da família em Cesenatico. A separação revela-se, para ambos, um desafio cansativo e, por vezes, angustiante, mas a verdade acabará por vir ao de cima: o amor que os uniu continua vivo...


Opinião:
Penelope é mãe de três filhos e casada com o encantador Andrea, um homem que apaixona as mulheres. Uma família que por fora parecia perfeita, mas tal realidade era uma farsa, sendo Andrea um homem adorador do sexo feminino e que todos os dias tinha uma amante diferente! Algo que Penelope perdoou durante anos a fio, pensado que tal era o melhor para si e para os filhos, além de considerar esse o acto normal entre os homens.

Mas um dia, cansada de tudo e todos, Penelope finalmente decide deixar a casa para trás e ficar sozinha durante uns dias. Deixa assim uma carta para o marido, avisando-o da sua saída de casa e dizendo que tal se deve às suas continuas infidelidades e falta de amor que lhe demonstra. Nunca está em casa, nunca a ajuda com os seus filhos, que com o passar dos anos se estão a tornar casos problemáticos, nunca olha para as contas, nunca faz uma compra que seja, nunca está em casa a horas...

Inicialmente Andrea fica sem perceber qual o problema. Afinal, uma infidelidade aqui e ali não é algo que qualquer homem faz de vez em quando? Não é nada demais! Porque é que a sua esposa não compreende?

É assim que começamos a passear entre o passado e o presente das personagens, vendo com é que eles se conheceram, como se apaixonaram, como se amavam acima de tudo e todos. Vemos as suas diversas experiências e aventuras enquanto casados e sentimos o que eles sentem. E descobrimos os seus pensamentos nos dias de hoje relativamente a todas estas experiências do passado.  Este é um livro de reflexão, reflexão de como as atitudes do passado podem mudar o futuro, de como o amor que um dia sentimos por alguém pode ser alterado devido a determinadas atitudes.

Este livro fez-me um pouco de confusão. Se por um lado gostei da escrita da autora, por outro lado achei que a história tem uma lógica... antiquada? Afinal de contas se eu soubesse que o meu marido me andava a trair todos os dias com alguém diferente, não era eu que ia aguentar anos e anos e anos sabendo isso e sem fazer nada! E depois ainda pensar "coitado, é normal os homens fazerem isso!". Serei a única a achar isso uma idiotice? E a própria atitude de Andrea! Quando lê a carta da mulher a dizer que a traia diariamente e que não gostava disso o primeiro pensamento foi "por favor qual é o problema dela? é normal isso acontecer". Para mim essa parte do livro fez-me uma confusão enorme! Há perdoar e perdoar, mas achei que o tipo de perdoar descrito no livro não existe e se existe acho que se deve a uma mentalidade um pouco retrograda.  Mas claro que esta é a minha opinião. E o final? A sério? Depois de tudo o que aconteceu o final foi o que foi.

Acho que li o livro todo por causa da escrita da autora, porque a maneira de ser das personagens foi-me muitíssimo difícil de "engolir". É um livro que não recomendo de imediato, só que não tiverem nada que queiram mesmo ler, caso contrário podem passá-lo à frente...

2 devaneios:

Célia disse...

Eu li-o quando tinha treze ou catorze anos... será possível ? Talvez esteja a exagerar mas creio que foi mesmo nessa altura que o li, é dos primeiros livros que li. E na altura tudo me tocou doutro modo. Um livro com um título que tem aroma, um livro de aspecto delicioso (infelizmente na altura não o comprei e fiquei entalada com a nova edição da Porto Editora, que detesto), um livro escrito por adultos quando eu era pequena - porque não ser possível? Com uma mulher que tinha tudo para ser amada mas era traída. Com um homem-criança como aqueles que eu própria via ao meu redor.

Foi aí que ele se enraizou e não voltou a deixar-me. A prova disso é que, no dia 20 de Out. quando a Sveva feio à Bertrand de Almada dar autógrafos, eu não tinha livro algum dela e escolhi esse. Tenho-o agora assinado a enriquecer-me a prateleira das nostalgias...

Bjinhos

Anónimo disse...

Se calhar foi mesmo a maneira de eu ver o livro. A mim não me puxou muito, embora sim, a escrita dela seja muitíssimo boa houve certas atitudes que não me fizeram entrar tanto na leitura como eu queria :)

bjs*

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