domingo, 19 de janeiro de 2014

Os Filhos de Húrin

Autor: J. R. R. Tolkien
Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 320
Editor: Europa-América
ISBN: 9789721057937

Sinopse:
Num tempo muito remoto, muito, muito antes dos tempos de "O Senhor dos Anéis", um grande país estendia-se para além dos Portos Cinzentos a Ocidente: terras por onde outrora caminhou Barba de Árvore mas que foram inundadas no grande cataclismo com que findou a Primeira Era do Mundo.
Nesse tempo remoto, Morgoth habitava a vasta fortaleza de Angband, o Inferno de Ferro, no Norte; e a tragédia de Túrin e a sua irmã Niënor desenrola-se sob a sombra do medo de Angband e a guerra forjada por Morgoth contra as terras e cidades secretas dos Elfos.
As suas breves e apaixonadas vidas foram dominadas pelo ódio que Morgoth lhes devotou como filhos de Húrin, o homem que ousou desafiá-lo e zombá-lo na sua própria face. Contra eles, enviou o seu mais formidável servidor, Glaurung, um poderoso espírito na forma de um tremendo dragão de fogo. Nesta história de conquista brutal e evasão, de esconderijos em florestas e perseguição, de resistência apesar do desespero, o Senhor Negro e o Dragão revelam-se de forma sombriamente articulada. Sardónico e trocista, Glaurung manipulou os destinos de Túrin e Niënor com mentiras e astúcia e perfídia diabólica — e a maldição de Morgoth foi cumprida.


Opinião:
Este ano tomei diversas decisões na minha "vida literária". Essas decisões têm como objectivos ler o que quero mas de uma forma mais organizada e de forma a ler vários livros que tenha por casa em atraso. Livros que estão parados na estante. Livros do BookCrossing que estão em minha casa, alguns, há mais de um ano. Essa foi uma das minhas resoluções de ano novo. E este livro entrou nesta última resolução, ou seja, despachar um dos livros do BookCrossing, e juntando ao útil o agradável, acabei por conhecer a escrita de Tolkien.

Húrin era um grande homem. Um grande chefe que casara com a mulher mais fascinante das redondezas. Um grande guerreiro que decidiu desafiar Morgoth e com isso conseguiu acordar a sua fúria adormecida, o que levou a que uma maldição fosse colocada sobre a sua família nas gerações futuras. Mas Morgoth não amaldiçoou apenas a sua família, prendera-o no local mais alto que conhecia para que Húrin vi-se o desmembramento da sua família e tudo o que estes sofreriam.

Túrin foi afastado da casa de família pela mãe. Filho de Húrin, o objectivo da mãe era proteger o primogénito da família, enviando-o para o único sítio seguro do qual se recordava, a casa dos elfos, um local onde anteriormente Húrin estivera e onde muito fora estimado. Mas a maldição de Morgoth era real e sempre que Túrin começava a sentir-se novamente feliz, algo acontecia que mudava totalmente o seu coração e destroçava as suas esperanças.

Mas a maldição de Morgoth não era apenas sobre Túrin, mas sobre todos os filhos de Húrin, o que incluía a sua filha, Niënor, uma rapariga belíssima e que apesar de tudo o que sofrera, tinha um espírito livre e alegre. Um espírito que floresceu ao conhecer Túrin, mesmo sem saber quem é que este era na realidade.

Este foi a minha primeira excursão ao mundo de Tolkien. Um mundo que conhecia dos filmes e de críticas que havia lido, espalhadas algures pela internet. Mas esta foi realmente a minha primeira excursão pela sua escrita, pelas suas histórias e pela sua imaginação. Embora este livro tenha sido organizado pelo filho de Tolkien, a verdade é que a essência deste grande autor encontra-se em todo o livro.

Esta história e a própria maneira como está escrita, lembrou-me as antigas histórias dos bardos. O autor tem um tom muito próprio e que acaba por ser adequado ao próprio conteúdo da história. Uma história das vitórias e essencialmente das desgraças que se abateram sobre os filhos de Húrin. Graças a esta escrita fantástica do autor, começamos a entrar na vida de Túrin, a sentir felicidade pelas suas vitórias, mas uma grande tristeza em todas as suas derrotas. Túrin teve uma vida que poderia ter sido uma verdadeira história de heroísmo e vitórias, mas a maldição de Morgoth estragou todo esse belo futuro, tornando-o triste e obscuro e são inúmeras as vezes que ficamos com pena de Túrin e sem saber se ele estava a agir bem ou mal, pois mesmo agindo mal temos pena dessa personagem. 

Já Niënor foi uma personagem a quem rapidamente nos afeiçoamos, mas que aparece nem em metade do livro, sendo a sua presença praticamente para mostrar o grande final da maldição de Morgoth, um final negro e deveras triste. 

Um livro que gostei essencialmente pela escrita, uma das melhores escritas que já encontrei. E que sem dúvida me aumentou a curiosidade em ler "O Hobbit", livro que já se encontra na minha mesa de cabeceira. Recomendo!

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