quinta-feira, 8 de maio de 2014

O Olhar de Sophie

Autora: Jojo Moyes
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 456
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04645-1

Sinopse:
Somme, 1916. Sophie vive numa vila ocupada pelo Exército alemão, tentando sobreviver às privações e brutalidade impostas pelo invasor, enquanto aguarda notícias do marido, Édouard Lefèvre, um pintor impressionista, que se encontra a lutar na Frente. Quando o comandante alemão vê o retrato de Sophie pintado por Édouard, nasce uma perigosa obsessão que leva Sophie a arriscar tudo - a família, a reputação e a vida.
Quase um século depois, o retrato de Sophie encontra-se pendurado numa parede da casa de Liv Halston, em Londres. Entretanto, Liv conhece o homem que a faz recuperar a vontade de viver, após anos de profundo luto pela morte prematura do marido. Mas não tardará que Liv sofra uma nova desilusão - o quadro que possui é agora reclamado pelos herdeiros e Paul, o homem por quem se apaixonou, está encarregado de investigar o seu paradeiro…
Até onde estará disposta Liv a ir para salvar este quadro? Será o retrato de Sophie assim tão importante que justifique perder tudo de novo?


Opinião:
Admito que desta autora apenas tinha lido um livro, "Viver Depois de Ti". Um livro fantástico que embora tivesse um final que me deixara à beira das lágrimas, era o melhor final possível para o livro e que me deixara cheia de vontade de ler outro livro da autora. Este livro mal saiu chamou-me a atenção não apenas por ser da Jojo Moyes, mas pela sua capa. Uma capa simples, mas que me prendeu de imediato, pelo olhar profundo da rapariga e por algo nas suas cores fortes.

Estamos em plena primeira guerra mundial. Numa pequena aldeia, onde todos se conhecem a todos e se tentam proteger do horror em que estão imersos, Sophie é uma lutadora. Uma mulher cujo marido está na guerra e que decidira sair da zona segura de França para ajudar a sua prima e amigos na terra natal. Em conjunto com a prima, é dona de um bar na pequena aldeia, onde os habitantes se juntam apenas para terem um momento de conversa e tentarem ser felizes. Devido a um acontecimento infeliz, Sophie enfrenta o Kommandant, que em vez de a prender e castigar decide que o seu pequeno bar será uma nova "cantina" dos soldados, ido estes jantar lá todas as noites. Aí ela desenvolve uma estranha relação com o Kommadant. Uma relação de ódio e pena, sendo que o começa a considerar um ser humano com sentimentos, mas sentimentos que são mais perigosas para ela do que para ele.

No presente Liv é uma viúva. Com apenas 30 anos já vivera feliz e realizada, até o seu marido ter morrido repentinamente, deixando-lhe a sua casa fantástica (o marido era arquitecto) e um quadro que sempre fora comparado a ela. Numa das sua saídas, provocadas pelo desespero de dever dinheiro a tudo e todos, conhece Paul, um ex-polícia, engraçado e muito divertido, que tem como objectivo recuperar uma peça de arte que fora roubada na altura da primeira guerra mundial. Uma peça que acaba por estar com a pior pessoa possível, dando uma volta de 180º à sua vida.

Gostei imenso deste livro. O início prendeu-me de imediato. Sophie era uma pessoa determinada que apesar de tudo o que estava a sofrer continuava com esperança que as coisas melhorassem. Devo admitir que embora estranha cheguei a adorar a sua relação com o Kommandant e odiei a reação dos outros habitantes a certos acontecimentos entre Sophie e o Kommandant, quando nem era verdade e esta já tinha feito tanto por eles! Embora a história de Sophie tenha sido muito mais curta, liguei-me muito mais a esta do que a Liv. Embora Liv fosse alguém determinado e forte, essas características só se demonstraram quando esta decide ir a tribunal para ficar com o quadro, pois inicialmente apenas parece alguém perdido e que não sabe onde é o seu verdadeiro lugar.

Mas é sobre isso que é o livro. Sobre saber o seu verdadeiro lugar. Perceber que os bens materiais não nos ajudam a avançar, antes pelo contrário. Achei o livro profundo e adorei a história que encerrou. O final foi simplesmente perfeito, tanto para Liv como para Sophie, deixando-me um grande sorriso nos lábios quando acabei esta leitura.

Jojo Moyes é sem dúvida uma autora a seguir, e uma das melhores apostas da Porto Editora. Recomendo!

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