quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A Primeira Regra dos Feiticeiros

Autor: Terry Goodkind
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 432
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04684-0

Sinopse:
Richard Cypher é um jovem guia em Hartland, à procura de respostas para o assassinato brutal do pai. Na floresta onde se refugia, encontra uma mulher misteriosa, Kahlan Amnell, que precisa da sua ajuda para fugir aos sequazes do temível Darken Rahl, governante de D’Hara, praticante da mais temível magia negra e um homem ávido por vingança.
Num golpe de verdadeira magia, Richard passa a deter nas suas mãos o destino de três nações e, sobretudo, da própria humanidade. O seu mundo, as suas crenças e a sua própria essência serão abalados e testados, à medida que Richard lida com amigos e inimigos, com a crueldade extrema e a compaixão dedicada, experimentando a paixão, o amor e a raiva, e o seu impacto na missão que lhe é imposta: ser aquele que procura a verdade.


Opinião:
Não acredito que esta série foi publicada cá em Portugal, simplesmente não acredito!! Foi em 2008 que estreou a série televisiva "Legend of the Seeker", uma série que me prendeu deste o primeiro episódio por ter ingredientes que na altura não existiam em muitas séries. Fantasia com ação e muito romance... E não era uma fantasia qualquer, era uma fantasia que fazia lembrar um pouco as terras médias, nomeadamente O Senhor dos Anéis. Lembro-me que na altura a série teve apenas duas temporadas, não teve grandes audiências devido ao horário em que era exibida e por naquela altura a fantasia não estar tão em moda como nos dias de hoje. Mal vi a notícia da Porto Editora, de que iriam editar os livros, não resisti. Tinha que ler! Tinha que saber as diferenças para com a série, tinha que descobrir mais e mais sobre Richar Cypher e as suas aventuras e companheiros.

Richard Cypher é um rapaz como qualquer outro. Vive num pequena aldeia onde conhece todos os seus habitantes e é uma pessoa despreocupada, feliz e determinada. O seu pai é considerado um dos loucos da aldeia, um homem que está constantemente desaparecido à procura de artefactos para vender ao melhor comprador. Embora adore o seu pai, o irmão de Richard não é da mesma opinião. Não é que o deteste, mas acha que este poderia ser um pai normal e ajudar os filhos na sua vida, não desaparecendo constantemente. Repentinamente, o pai de Richard é assassinado brutalmente, o seu irmão é condecorado para um posto altíssimo e como se não bastasse encontra uma linda e estranha mulher no meio da floresta. Uma mulher com umas vestes que ele nunca tinha visto na vida e que claramente está a fugir de algo.

Essa mulher é Kahlan Amnell, a última das confessores. Estamos num mundo dividido por três camadas, sendo que apenas uma delas não tem magia. Mas as outras duas têm e é daí que Kahlan vem. O facto de esta ser uma confessora fá-la um ser mágico mais perigoso do que aparenta, com um dom que ao mesmo tempo é uma maldição. Um dom que decide não confessar a Richard enquanto este a ajuda a procurar o grande feiticeiro. A única pessoa que poderá nomear um Seeker ("aquele que procura"), a última salvação contra o horrível Darken Rahl.

Adorei este livro, achei-o inclusive melhor do que a série!! Embora esta seja apenas a primeira metade do primeiro livro na versão original (algo que sei que poderá dar que falar mas que é uma escolha editorial que eu compreendo perfeitamente), começamos a conhecer Richard e Kahlan de uma forma muito pessoal e que gostei de ver. Embora na série seja feito todos os possíveis para Richard ser retratado como a pessoa mais correcta de sempre, no livro a coisa não é bem assim. No livro acabamos por conhecer o lado bom e mau de Richard, pois embora seja uma pessoa preocupada com os outros, carinhosa e bondosa, tem uma grande raiva acumulada pela morte do pai e pelo mal que acontece aos seus amigos ao longo da viagem.

Acho que esta é a grande diferença da série para o livro. O bom e o mau que são explorados a fundo durante a narrativa. Todos temos um lado bom e mau, sendo que tal denominações dependem fundamentalmente das razões para tal. São-nos apresentados argumentos para Darken Rahl, o mau da fita no livro, ser alguém mau e cruel, mas ao mesmo tempo são descritas razões para demonstrar que o que ele faz é para vingar a morte do pai. Tudo depende do equilíbrio, do certo e do errado e isso é algo que nós e Richard vamos descobrindo à medida que avançamos na narrativa.

Através de uma escrita leve e que prende qualquer leitor, ficamos a conhecer as aventuras deste grupo enquanto avança para conseguir destronar Darken Rahl. Para além da luta entre o bem e o mal, temos um romance que começa a avançar lentamente, embora, se bem me recordo, não tão lentamente como na série, o que gostei de ver. Acabei por concluir que na série há muitos episódios que servem mais para empatar que outra coisa, sendo que no livro a relação de Richard e Kahlan acaba por avançar um pouco mais depressa, embora esteja constantemente a avançar e a retroceder, devido aos segredos que cada um tem.

Foi um livro que me surpreendeu e que me prendeu, essencialmente a partir de metade da narrativa, em que tinha medo de pousar o livro pois sentia uma grande necessidade de saber o que iria acontecer de seguida! Um livro que espero que tenha sucesso por Portugal, pois fiquei extremamente curiosa de saber o que irá acontecer a Kahlan e Richard!

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