domingo, 5 de julho de 2015

Gwenhwyfar, o Espírito Branco

Autora: Mercedes Lackey
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 392
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896573126

Sinopse:
A mais antiga das histórias galesas e o mais antigo dos mitos de Artur falam como se não tivesse uma, mas sim três rainhas com esse nome. Recorrendo a essas fontes mais antigas, Mercedes Lackey reconta a história da lendária terceira rainha de Artur.
A crescer numa Inglaterra onde os costumes antigos estavam a ser suplantados pela influência do Cristo Branco, Gwenhwyfar move-se num mundo onde os deuses antigos ainda caminham entre os devotos pagãos, onde visões nebulosas advertem contra perigos futuros e onde existem dois caminhos para uma mulher, o caminho da Bênção ou o caminho mais raro do Guerreiro.
Quando as Senhoras da Fonte convocam Gwen para servir um propósito especial, cede às circunstâncias para se tornar a terceira rainha de Artur - e encontrará tentação e traição, intriga e decepção, mas também amor e redenção.


Opinião:
Quem me conhece bem sabe algo sobre mim. Que eu adoro as lendas arturianas e sei mil e uma versões diferentes da mesma história. Sei a razão para os ódios entre as personagens, as razões para a ascensão e queda das mais importantes personagens de toda a narrativa e adoro todas as nuances por trás de cada história. Como uma simples decisão em jovem muda o rumo de uma nação em poucos minutos. Por isso quando vi um livro com o nome de Gwenhwyfar, que eu sabia ser o nome da rainha (ou seria rainhas, eis mais uma versão existente) de Artur, quis a todo o custo ler o livro. Ainda demorou um pouco desde que este foi lançado, muito devido ao custo do livro, mas arranjei-o de empréstimo e de imediato comecei a lê-lo.

Gwen adorava a sua casa. As brincadeiras que tinha desde pequenina com as irmãs e a liberdade que lhe era dada. Sendo filha de uma grande Casa, sabia a sorte que tinha pela liberdade que lhe era concedida, algo que apenas era estragado pela sua irmã mais nova, uma pessoa vingativa e cruel que queria tudo e todos para ela. Mas Gwen sabia que desde que se mantivesse longe da sua pequena irmã tudo seria mais simples.

Apesar de a magia e os antigos costumes lhe correrem no sangue, Gwen adorava a ideia de ser uma guerreira. Sendo filha de pais liberais e que apenas queriam que os filhos fossem felizes, acabam por a deixar entrar na guarda real, onde demonstra a grande aptidão que tinha com a espada e todas as armas que lhe colocavam nas mãos. Gwen adorava quando chegava a casa cheia de dores das horas que passava a treinar, da terra que se misturava com o seu belo cabelo e do convívio entre os seus colegas de armas, que acabaram por tratá-la como um dos seus, parecendo até esquecer que esta era não só mulher mas também filha do chefe.

Um vida que Gwen levava em paz e que acaba por ser destruída devido à guerra. Tanto guerras de armas como de coração, em que por trás se encontrava apenas um homem, Artur. Alguém muito conhecido por aquelas terras, mas que para Gwen era apenas um nome a ser respeitado. Até que tudo muda e Gwen encontra-se num novo lugar, longe das suas armas e amigos e perto de um novo marido e de novas responsabilidades que cedo sabia não querer.

Admito que foi um livro que me surpreendeu e não estava nada à espera do que encontrei. Não vou negar que esperava um livro com mais romance. Afinal de conta eu conhecia Gwenhwyfar com a esposa adorada de Artur que amava Lacelote. Uma mulher que não conseguia engravidar do marido, ao que este chegou a propor ela deitar-se com o seu melhor amigo, Lacelote, desconhecendo que ambos se amavam. Neste livro a autora explora outra vertente totalmente diferente, uma história que afirma terem existido três Gwenhwyfar distintas. A primeira esposa de Artur, uma fanática religiosa que abalou os acreditares do povo que agora governava e causa de muitos dos problemas religiosos pelos quais Artur passou. A segunda esposa, a Gwenhwyfar desde livro, uma mulher que teve o azar que partilhar o mesmo nome da falecida esposa do grande governante Artur, tendo que deixar tudo e todos para trás. E a terceira Gwenhwyfar, a irmã mais nova da segunda esposa que fingiu ser esta para destruir Artur, acabando por descobrir o verdadeiro amor nesta união.

Este livro centra-se na suposta segunda Gwenhwyfar, a que se apaixonara por Lancelote. Uma mulher de armas que apenas queria viver a sua vida e que encontrara em Lancelote alguém que a admirava e que partilhava os mesmos interesses. Sendo a história narrada por Gwenhwyfar, acabamos por a conhecer profundamente e como ninguém, apaixonamos-nos pela sua história e perseverança e tememos pela sua vida quando a sua irmã mais nova descobre a magia.

Foi um livro que gostei de ler, muitíssimo diferente do que eu esperava mas mesmo assim abriu-me um novo caminho no conhecimento das lendas arturianas. Uma história diferente, com uma personagem principal forte e defensora dos seus princípios que apenas quer o melhor para todos aqueles que ama.

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