Autor: Mitch Cullin
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 272
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898491756
Sinopse:
Corre o ano de 1947, e o nonagenário Sherlock Holmes vive em Inglaterra, numa casa de campo perto da costa. Holmes vive com a sua caseira e o filho desta, o jovem Roger, a quem o desconhecimento da diferença entre abelhas e vespas se revelará fatal.
A rotina decorre entre a solidão pacífica do seu escritório e as abelhas — as «criaturas metódicas» que habitam o seu colmeal —, enquanto tenta lutar diariamente contra os efeitos da idade sobre a sua prodigiosa mente e o receio da perda irreversível das memórias de casos passados.
Eis que surge então um manuscrito inacabado, sobre um caso de há 50 anos que o detetive nunca solucionou e que agora se sente determinado a concluir: Londres, uma mulher bonita com um comportamento instável, um marido irado, um misterioso jardim e uma morte súbita. Holmes embrenha-se na difícil tarefa de reavivar a memória e assim terminar o manuscrito.
Em Sr. Sherlock Holmes, Mitch Cullin revela-nos a experiência de uma mente brilhante ao longo de décadas, que desvendará o mais importante dos mistérios: o da natureza humana.
Opinião:
Comecei a ler este livro por saber que o filme iria sair brevemente. Além disso é um género literário que não costumo ler muito e, como achei engraçada e curiosa a capa, pensei "porque não?". Experimentar coisas novas não custa nada, pois não? Pois, infelizmente a mim custou-me um pouco e de toda a história apenas me consegui prender à relação difícil entre Sherlock e o filho da caseira, um rapaz que adorava Sherlock e fazia de tudo para lhe chamar a atenção.
Muitos anos se passaram desde que Holmes vivera na flor da idade. Agora é uma pessoa idosa e cansada que gosta do sossego da sua casa de campo e tem como suas melhores amigas as abelhas, que cria e que muito o fascinam. Claro que continua a ser conhecido e todos os seus mistérios são falados de boca a boca, apesar de ele próprio admitir que tudo fora muito embelezado pela mente do seu grande companheiro Watson, um homem que tinha um talento nato para a escrita.
Numa das suas arrumações acaba por descobrir um manuscrito inacabado de uma história que se passara há vários anos atrás. Um dos casos que Holmes nunca chegara a resolver, pois é o que o próprio diz, apenas eram publicadas as histórias sobre os casos resolvidos, quem quereria ler sobre casos inacabados? Mas aquele, por alguma razão, chamou-lhe a atenção mesmo passado tantos anos, o que leva a que Holmes volte a pegar-lhe e a tentar descobrir quem fora o assassino.
Neste livro acompanhamos o dia a dia de um grande herói da literatura, um grande detetive cuja memória não é como antigamente. Ao longo de toda a narrativa vemos a diferença que vem com a idade. A memória que não é a mesma, tal como a paciência e a energia. Holmes está constantemente a esquecer-se do que se passa em seu redor. Certos factos que lhe relatam ou escreve-os de imediato ou dali a pouco tempo já não sabe todos os pormenores que lhe tinham referido. Continua apesar de tudo com o seu humor ácido e determinação, apesar de centrar essa determinação nas suas amigas abelhas, um ser que ele considera curioso.
Achei o tema do livro interessante. Pegar num grande herói da literatura e escrever como seria a sua vida após envelhecer. Ficaria como todas as outras pessoas? Ou seria quase tipo super homem e a idade parecia não passar por ele? Essas eram as questões fundamentais e que adorei ler neste livro. A escrita é muito cuidada e temos um discurso mais antigo, o que faz sentido, não estivéssemos a falar de Sherlock Holmes. Tive pena do final, achei-o rápido e fiquei triste com ele. Mas visto nunca ter lido um dos livros originais sobre Sherlock Holmes, não poderei dizer se tal foi propositado, para manter a história perto da original, ou se foi algo próprio do autor. Achei apesar de tudo um livro pouco profundo. Para o material/história que tem o livro é longo (apesar de ser pequeno), mas acho que dava perfeitamente para retirar alguns pensamentos de Holmes do livro e colocar outros mais substanciais, o que daria outra vida totalmente diferente à narrativa.
Um livro que não me marcou especialmente, mas que gostei de ler porque adorei a premissa inicial.
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