Autora: Carina Rosa
ISBN: 978-989-766-085-6
Edição ou reimpressão: 11-2016
Editor: Coolbooks
Páginas: 460
Sinopse:
Mariana Esteves é uma galerista de sucesso, cuja vida muda após uma exposição. Um bilhete anónimo cai-lhe nas mãos, assinado «O Escultor». No papel, ameaças a si e à sua companheira de casa, Alice. Mariana ignora as mensagens do Escultor, mas há um dia em que percebe que não o pode evitar mais: Alice foi levada.
André, um jovem agente da Polícia Judiciária, é o homem que investiga os casos do artista anónimo e não consegue esquecer os rostos das mulheres desaparecidas ao longo dos anos. Para Mariana, ele é apenas um agente a quem deve dar o mínimo de informação para encontrar Alice. Para André, ela é uma mulher fria, a quem jura arrancar toda a verdade para fechar este caso de uma vez por todas.
O escultor é um thriller tão obscuro quanto inesperadamente romântico. Dos delírios de um artista fanático desenha-se a história de um homem e uma mulher que, juntos, tentarão escapar às garras de um terrível homicida.
Opinião:
Porque livros portugueses deviam ser uma obrigatoriedade das editoras e leitores. Porque apesar de não serem tão conhecidos quanto deviam, temos autores portugueses fantásticos. E porque esta é sem dúvida alguma uma autora exemplo disso. Uma autora que consegue prender-nos do início ao fim, apesar de não ser pelo suposto mistério existente no livro mas devido à personalidade do mau da fita.
Mariana tem um trabalho de sonho e a sua vida caminha também para esse fim. Mora com uma rapariga de quem se tornara grande amiga e tudo lhe parece correr às mil maravilhas. Pelo menos até começar a receber bilhetes assustadores que afirmavam que ela ficava fantástica na coleção de alguém. O anjo seria ela, o anjo perfeito com que a pessoa do bilhete sonhava. Um bilhete que deixa Mariana de pulga atrás da orelha, mas que ela apenas começa a levar à risca quando do nada, a sua bela e mudana colega de casa desaparece sem deixar rasto, algo nada característico dela.
Sem saber o que fazer, Mariana contacta a polícia. O polícia em frente da investigação anda há imenso tempo atrás de um raptor em série que rapta mulheres loiras e de ar angelical. Mulheres de que nunca mais se ouvia falar. E tudo apontava para que a colega de casa de Mariana, Alice, fosse uma das mulheres raptadas... não fosse ela morena e nada angelical...
Foi um livro que me prendeu imenso pelo mau da fita. Uma personagem fria, calculista, que adora as suas estátuas acima de tudo. Uma pessoa decidida a manter o ar angelical daquelas raparigas para sempre e descobre em Mariana aquilo que poderia ser o seu melhor projeto. Mas para ter a coleção completa também precisa do mal e é isso que encontra em Alice. Esta personagem, chamada no livro de "o Escultor" está muitíssimo bem caracterizada e adorei cada pequena informação que conseguíamos dele. Todos as passagens em que este aparecia eram as melhores de toda a narrativa e prendiam-me mais do que qualquer personagem.
A introdução a Alice e Mariana começou de forma lenta e muito eficiente. Ficamos de imediato a saber tudo o que precisamos delas, mas sem fartar ou revelar em demasia. Assim que Alice é raptada, os seus tempos em cativeiro também são passagens que me prendiam, mas Mariana por seu lado começou a fraquejar como personagem. Começou muito bem mas a meio da narrativa perdi o interesse nela... Culpo muito o suposto "romance" com o detective. Algo que era suposto prender o leitor mas que apesar de ser fofinho, acabou por me afastar, pois achei um romance demasiado rápido e um pouco insonso, faltava ali uma pequena faísca para que eu começasse a acreditar realmente nele.
É um livro bom que nos prende nos momentos certos. Mas que peca por ser um livro demasiado longo com partes que podiam simplesmente ser eliminadas. Recomendo se querem descobrir alguma literatura portuguesa. Uma autora que tenho visto sempre a melhorar e que me desperta curiosidade.
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