terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Marcado na Pele

Autora: Anne Bishop
ISBN: 9789897730245
Edição ou reimpressão: 02-2017
Editor: Saída de Emergência
Páginas: 432

Sinopse:
Durante séculos, os Outros e os humanos viveram lado a lado numa paz precária. Mas quando a Humanidade ultrapassa os seus limites, os Outros terão de decidir o que estão dispostos a tolerar. Desde que os Outros se aliaram às Cassandra Sangue, os frágeis mas poderosos profetas humanos que estavam a ser explorados pela sua própria espécie, tudo se transformou na relação entre humanos e os Outros. Alguns como Simon Wolfgard, metamorfo e líder, e a profetisa Meg Corbyn, encaram a nova parceria como vantajosa. 
Mas nem todos estão convencidos. Um grupo de humanos radicais procura usurpar terras através de uma série de ataques violentos contra os Outros. Mal sabem eles que existem forças mais perigosas e antigas que vampiros e metamorfos e que estão dispostas a fazer o que for necessário para proteger o que lhes pertence…


Opinião:
Quem lê este blogue há algum tempo sabe que se me perguntar uma das minhas autoras favoritas eu respondo sem sequer pensar Anne Bishop. Uma autora que escreve fantasia como se estivéssemos a falar do país vizinho, que cria mundos do zero e me impede de parar de ler as suas histórias enquanto estas não acabarem. A minha coleção favorita dela continua a ser a Trilogia das Jóias Negras, mas tudo o que vier da mão desta autora é bom, por isso começo sempre um dos seus livros com elevadas expectativas.

Para quem não conhece, ou não se lembra, nesta coleção de Anne Bishop estamos num mundo que é habitado quer pelos Outros quer pelos Humanos. Os humanos são descritos como os conhecemos, os outros são criaturas sobrenaturais que se dividem em diversos tipos, deste vampiros e lobisomens até a diversos seres responsáveis pelos oceanos, ar, terra... Desde o primeiro livro que nos é apresentada a história de como conseguiram viver em harmonia. Os humanos, os mais fracos, fazendo oferendas aos Outros e não os caçando e os Outros vão libertando bocados de terra para esses humanos viverem e controlam-se para não se alimentarem deles. Uma harmonia que muitos não se importam de ter, mas existe sempre quem quer mais e quem não quer depender de nada nem ninguém. Ao logo desta coleção vamos vendo como os humanos que querem destruir os Outros emergem e como uma verdadeira batalha começa a acontecer.

No meio dessa batalha temos as Cassandra Sangue, mais especificamente Meg Corbyn, uma Cassandra Sangue que conseguiu fugir daqueles que a usavam, melhor, que usavam os seus poderes. É que as Cassandra Sangue têm uma pele muito sensível e quando se cortam conseguem ver e dizer profecias do futuro, gritando-as ou aguentando-as - o que lhes traz dor.

Neste livro continuamos com a guerra aberta entre os Humanos que querem erradicar os Outros e vemos como estes últimos tentam lutar pela sua sobrevivência enquanto se vingam de toda a dor que esses Humanos radicais trazem. Este volume acaba por ser, de todos, o mais virado para a parte política da guerra. E Anne Bishop consegue trazer um tema, infelizmente, sempre atual, para esta série. Vemos como todas as comunidades são afetadas, desde as que respeitam os Outros àquelas que os odeiam. Vemos como os que são amigos de Outros sofrem e como os Outros respondem de forma feroz às baixas que têm. Um problema que neste livro vemos que está cada vez mais global.

Meg já não é uma presença tão forte no livro, acaba sempre por ser um dos fios condutores da ação mas já não temos tanto foco nela. Apesar disso, nos momentos que temos com ela conseguimos constatar um crescimento da personagem, apesar de continuar a Meg querida e inocente que conhecemos no primeiro livro, só que agora a tentar lutar para que as Cassandra Sangue tenham uma vida longa e sem cortes.

Uma parte que tive pena de não focarem mais foi a relação de Meg com Simon, o líder do pátio dos Outros onde Meg se encontra. Mas nos poucos momentos que esta relação é focada conseguimos compreender que realmente algo ali está a nascer, incluindo desejo, algo que Meg retrata de forma inocente, de forma tão característica dela.

Um livro que gostei e sem dúvida que quero ler o próximo num futuro breve!!

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