sábado, 30 de março de 2013

A Conspiração dos Fidalgos

Autor: Alexandre Rocha
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 320
Editor: Ésquilo
ISBN: 9789899739697

Sinopse:
A trama passa-se sobre um período dado das Histórias de Portugal e do Brasil, entre os séculos XVIII e XIX, em que o autor compõe personagens, reconstituiu cenários e atmosferas entrelaçando factos e fantasia no decurso da narrativa, destacando da sombra o herói Miguel Herculano. A vida na casa senhorial é tratada, lado a lado, e com o mesmo pormenor da vida na sanzala afro-brasileira. Definindo-se, a cada capítulo, esta personagem vem levantar grandes questões que chegam a tocar o leitor de hoje. Por outro lado, é envolvido na famosa «Conspiração dos Fidalgos» da corte de D. João VI.


Opinião:
A curiosidade em ler este livro revelou-se após ler a sinopse e descobrir que o autor era português, pois eu gosto imenso de ler obras de novos autores portugueses e, por isso, este foi um importante factor na minha escolha.

Miguel Herculano é a personagem principal de toda esta história. Nascido no Brasil, é uma criança curiosa por tudo o que o rodeia e desde cedo apresenta um grande sentido de responsabilidade e vontade de descobrir novos mundos. Vivendo numa época em que todas as pessoas de pele escura eram escravos dos senhores das grandes casas senhoriais, Miguel cresceu entre estas pessoas, aprendeu os seus costumes e viveu separado entre a educação dos pais e a educação destes escravos que trabalhavam para a sua família. Se por um lado aprendeu a sentir-se superior a eles, mesmo que fosse algo que não fora propositado, por outro aprendeu a respeitá-los e até mesmo a admirá-los.

Sendo o intelectual da família, através de alguns contactos que esta tinha, acabou por conseguir um posto importante em Portugal e partiu assim numa jornada para este país irmão e desconhecido. Tendo vivido um grande azar, Miguel acaba por naufragar durante anos, mas quando regressa a Portugal é considerado um herói e sobrevivente e recebido com amor e alguma mágoa, acabando por descobrir inúmeras intrigas neste Portugal que tanta curiosidade lhe despertava.

Acho que o grande ponto em todo este livro foi, pelo menos para mim, toda a influência que a convivência com os escravos teve na vida de Miguel Herculano e o que esta convivência criou na personagem. Como moldou a sua maneira de ser e pensar. Tal influência começa por ser descrita na primeira parte do livro, a parte em que conhecemos a personagem e em que conhecemos a cultura daqueles tempos, essencialmente no Brasil. Esta é uma parte cujas descrições são imensamente para nos situar no romance em si, para ficarmos a conhecer mais profundamente as personagens e os seus desejos e tudo o que daí virá. Um ponto que também começa aí a ser desenvolvido é o grande romance que Herculano começa a desenvolver por uma belíssima rapariga da sua terra, que prometera esperar pelo seu regresso, quando este vai para Portugal, algo que vai moldar a sua forma de pensar das pessoas no futuro.

Na segunda parte do livro temos um grande descrição de Portugal, tendo havido nesta parte um tópico que me marcou imenso, mesmo eu sabendo que é uma realidade que existia e ainda existe hoje em dia, a injustiça judicial. Esta injustiça judicial existente no final do livro para com o nosso personagem é muito intrínseca na segunda parte de toda a história, sendo a partir daqui que o nome do livro vem, pois Miguel acaba por ser envolver involuntariamente na conspiração dos fidalgos, o que lhe provoca problemas com a lei.

Um livro que apenas pecou para mim numa coisa, na escrita. O autor não escreve mal, longe disso, mas houve algo na escrita que embora por vezes me fizesse querer continuar a ler, por vezes chegava a cansar-me um pouco e a ter que parar. O final foi muito diferente do que esperava e interessante, acabando por me deixar um sorriso nos lábios.

2 devaneios:

Jojo disse...

Olá tens um selinho no meu Blogue

Anónimo disse...

Obrigada Jojo *.*

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