domingo, 31 de agosto de 2014

Sozinhos na Ilha

Autora: Tracey Garvis Graves
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 352
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892323596

Sinopse:
Uma ilha deserta plena de sol, vegetação luxuriante e mar cristalino é um cenário de sonho. Ou talvez não…
Anna Emerson decide quebrar a sua rotina e deixar Chicago para dar aulas numa ilha tropical. Por seu lado, T. J. Callahan só quer voltar a ter uma vida normal após a sua luta contra o cancro. Mas os pais empurram-no para umas férias num destino exótico.
Anna e T. J. estão a sobrevoar as ilhas das Maldivas a bordo de um pequeno avião quando o impensável acontece: o aparelho despenha-se no mar infestado de tubarões. Conseguem chegar a uma ilha deserta. Sãos e salvos, festejam e aguardam, convictos de que serão encontrados em breve. Ao início, preocupam-se apenas com a sobrevivência imediata e imaginam como será contar tamanha aventura aos amigos. Nunca a citadina Anna se imaginou a caçar para comer. T. J. dá por si a lutar com um tubarão e a ser acolhido por simpáticos golfinhos. Os dois jovens descobrem-se timidamente e exploram a ilha. Mas à medida que os dias se transformam em semanas, e depois em meses, as hipóteses de serem salvos são cada vez menores.
Ambos têm sonhos por cumprir e vidas por retomar, e é cada vez mais difícil evitar a grande questão: conseguirão um dia sair daquela ilha?


Opinião:
Lembro-me que li imensas críticas excelentes a este livro. Mas sabem como é, por vezes por mais críticas que se leiam, a vontade de ler o respetivo livro é pouca. Admito que a capa não me chamara a atenção e a sinopse fazia-me lembrar o filme "Lagoa Azul", que tanto encantou na altura que saiu nos cinemas. Esses motivos fizeram-me ficar de pé atrás e a vontade de ler esta história era praticamente nula. Admito que só a li porque tenho aquele bichinho da curiosidade que quando lê muitas críticas positivas acaba por dizer "experimenta, podes surpreender-te". E foi assim que entrei nesta leitura, uma leitura que me surpreendeu pela positiva e que embora tenha sentido falta de um ou outro pormenor, foi sem dúvida um livro que só parei de ler quando descobri o que iria acontecer com as personagens.

T. J. Callahan não queria passar as férias com os pais numa ilha longe de tudo e todos, onde apenas estaria para estudar. Tendo sofrido de leucemia, T. J. acabara por deixar a escola demasiado para trás, estando prestes a perder o ano. Preocupados com o seu futuro, os pais decidem que este deveria ir com eles de férias, para umas ilhas paradisíacas onde o sossego reinava, indo com eles Anna, uma professora que lhe iria dar explicações durante essas mesmas férias. Tendo como desculpa uma festa, T. J. acaba por ir para a ilha depois dos pais e na companhia de Anna. Esta é uma mulher lindíssima que não deixava o jovem T. J. indiferente, sendo divertida, calma e inteligente.

Devido a uns problemas com os bilhetes, T. J. e Anna acabam por ir para a ilha noutro pequeno avião, que apenas os transportava a eles e ao piloto. Repentinamente Anna começa a reconhecer no piloto o sinal de um acidente vascular cerebral e tenta fazer tudo em seu poder para que o pior não aconteça. Mas acontece, e Anna e T. J. acabam numa ilha no meio do nada, sem ninguém saber se estão vivos ou mortos. Uma ilha que acaba por se tornar como que a sua casa, estando vários anos lá presos, até perderem totalmente a esperança de a sorte lhes bater à porta.

Este é um daqueles livros que não é a história que o torna o que é, são as personagens e a humanidade inerentes as estas. Como poderam ler pela introdução que escrevi, esta história já fora contada imensas vezes. Tanto em filmes como em livros. Aqueles que por um azar qualquer estavam noutro avião e por outro azar este caira e ficam presos numa ilha paradisíaca durante anos, criando afinidade entre si e ignorando o que se passa no mundo em seu redor. Mas a história acaba por ser mais que isso por uma simples razão, a diferença de idades entre as personagens. As personagens têm 13 anos de diferença entre si, sendo Anna a mais velha e sendo T. J. no início da narrativa um jovem que nem 18 anos tinha. Estes passam quase três anos sem admitirem o que sentem um pelo outro, em grande parte devido a Anna saber a idade de T. J. e saber como estão errados os seus pensamentos. T. J., sendo uma pessoa que já tinha vivido mais do que muitas pessoas da sua idade, sabe o receio de Anna e por isso nunca lhe diz o que quer que seja sobre os seus sentimentos para com ela. Escondendo estes sentimentos eles acabam por criar uma parceria, uma parceria cheia de amizade e confiança, sendo que se apoiam um no outro nos seus piores momentos, sendo o grande pilar de sobrevivência um do outro, pois ambos sabem que sozinhos já teriam endoidecido há muito.

É este companheirismo que acompanhamos ao longo de todo o livro, esta humanidade. E é ela a grande responsável pela qualidade do livro. Apesar de acompanharmos a vida destas personagens após saírem da ilha, a verdade é que este carinho entre elas se mantém e vemos como ultrapassam a vivência entre outras pessoas, após tantos anos sozinhos.

É um livro que me surpreendeu imenso pela positivo e que merece todos os louvores de que foi alvo. Recomendo a todos sem reservas!

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