Fale-nos um pouco sobre si.
Há pouco a dizer sobre mim. Sou uma professora, desempregada, apaixonada pela vida, que gosta de se deixar levar pela imaginação, de criar, de dar vida e de trazer ao mundo novos mundos através da escrita. Sou de uma geração a quem tudo foi prometido, mas poucas oportunidades concedidas. Com 34 anos ainda procuro o meu lugar no mundo laboral. Luto diariamente porque ainda acredito. Desde que fiquei desempregada tornei-me dona de casa, mãe (a maior das tarefas), blogger, publiquei um livro, e tento criar a minha própria empresa.
Como entrou a escrita no seu dia-a-dia?
O gosto pela escrita tem alguns anos, desde a minha juventude que escrevo. O livro “ao som dos tambores” surgiu num contexto de vida difícil, em que fiquei desempregada e em que atravessava alguns problemas de saúde. Encontrei na escrita um escape à dolorosa realidade que vivia. E foi, de facto, um bom refúgio. Retomei os hábitos de escrita e continuo a escrever sempre que posso.
Como se sentiu ao tornar-se uma autora publicada?
Não posso negar que me senti um bocadinho orgulhosa. Mas de pés bem assentes na terra, com noção das minhas limitações e do caminho que tenho para percorrer.
Identifica-se com alguma das suas personagens?
Cada uma das personagens que crio tem, certamente, algo de mim. Consigo descobrir em cada personagem um pouco da minha loucura, da minha simpatia ou do meu desassossego. Nenhuma representa o que eu sou, mas em cada uma deixo o perfume de um pouco do meu ser, do que fui, do que sou ou do que pretendo ser.
Quais são as suas referências e inspirações enquanto escreve?
Tudo e qualquer coisa. Há sons e silêncios que me inspiram. Há pessoas, objetos e imagens que desencadeiam uma história na minha cabeça. Ou histórias que se desencadeiam umas às outras… também o é assim na vida. E as minhas histórias têm vida e têm vidas que são vividas intensamente por cada personagem, por mim, enquanto autora e pelos leitores. Ou pelo menos assim espero que seja.
Considero que a blogosfera tem um papel importantíssimo na divulgação literária, principalmente de novos autores. Há cada vez mais autores e histórias a serem publicadas. De muitas delas nunca ouviríamos falar se não fossem os blogs, que concedem um espaço aos autores, dando-lhes a oportunidade de se darem a conhecer e às suas obras. E há tão boas obras de novos autores.
Tem recebido feedback dos seus leitores?
Sim, felizmente que sim. Até há pouco tempo apenas recebia opiniões de amigos e familiares. Esses adoravam a história. Todos eles. Talvez porque lessem com os olhos do coração. Os relatos de uma história envolvente e dinâmica são recorrentes. Atualmente o livro está a chegar aqueles que leem com outro olhar, e daí tenho recebido críticas positivas e outras nem tanto. Mas lido muito bem com isso, nem me deixo deslumbrar com as críticas positivas, nem me deixo dececionar pelas críticas negativas. Tenho consciência que estou a dar os primeiros passos neste mundo da escrita e do caminho que ainda tenho pela frente.
Tem algum plano literário para o futuro?
Eu continuo a escrever sempre que posso. Continuam a inundar a minha cabeça histórias sem fim. Não sei se voltarei a publicar novamente, gostaria de o fazer, mas a exigência agora é maior, depois de publicado o primeiro livro. Tenho histórias escritas e guardadas à espera de se verem impressas… Continuo a escrever… essencialmente para mim e algumas histórias infantis para as minhas filhas. Se surgir a oportunidade de serem publicadas serão. Mas não penso muito nisso. As coisas deverão acontecer naturalmente para fazerem sentido. Tudo a seu tempo. Se não acontecer, é porque não era para ser.
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