domingo, 9 de março de 2014

Malavita

Autor: Tonino Benacquista
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 272
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-989-676-102-8

Sinopse:
«Os Blake acabam de se mudar para uma pequena cidade da Normandia. Fred é um historiador que investiga as aterragens dos Aliados, Maggie faz trabalho de voluntariado numa associação de caridade e os filhos adolescentes mal podem esperar por conhecer outros jovens no liceu local. Ou, pelo menos, assim parece…
Na verdade, Fred é Giovanni Mazoni, um antigo mafioso que o FBI transferiu da Nova Jérsia para França. Tem a cabeça a prémio, mas nem ele nem a família conseguem evitar chamar as atenções sobre si próprios (imaginem os Sopranos na província francesa…). E quando o chefe da Máfia, Don Mimino, descobre o seu paradeiro, o caos é total. Porque, embora se possa afastar o homem da Máfia, é impossível afastar a Máfia do homem.»


Opinião:
Tinha visto o filme e havia algo nele que me aumentou, e muito, a curiosidade por ler o livro. As personagens do filme eram irónicas, mas distantes, não as conhecíamos assim tão bem embora soubéssemos minimamente o porquê das suas acções. Foi esta a grande razão para eu querer ler o livro, para conhecer melhor as personagens com quem já tinha travado conhecimento no filme.

A família Blake é uma família como qualquer uma das outras. Uma família com dois filhos, ambos inteligentes e com grandes objectivos de vida. O pai da família apenas quer voltar ao passado e a mãe quer uma vida feliz e sossegada. Mas esta família apenas é como as outras exteriormente. Afinal de contas são uma família sob o programa de protecção de testemunhas. A causa? O pai. Um grande senhor no mundo da máfia, um homem conhecido pela sua lealdade e crueldade. Ambas agora escondidas para poderem passar despercebidos. Fred, ou como é conhecido na realidade, Giovanni Mazoni, testemunhou contra grandes nomes da máfia e sendo a testemunha principal do julgamento, tem que ser protegido a todo o custo. Esta é a verdadeira razão para a família "Blake" mudar de casa para uma pequena cidade no meio de nenhures.

Este livro não é feito pela história, é feito pelas personagens. A história se repararmos bem é muito simples, uma família, cujo pai pertence à máfia e acaba, por certas razões, por testemunhar contra todos aqueles que supostamente são os seus amigos. Mas as personalidades das personagens, isso sim, faz o livro tomar a sua forma. Fred anda numa viagem de auto descoberta. Não pode voltar para trás para a sua velha vida, mas pode recordar tudo o que lhe aconteceu e pensar se se arrepende de algo ou não. É dessa forma que tem a ideia de ser escritor nas horas vagas.

Já Maggie era uma pessoa normal antes de conhecer Fred, mas a sua verdadeira natureza é muito mais parecida com a do marido do que ela quer admitir, algo que se nota de imediato pela fantástica cena do supermercado. Os filhos do casal são tudo menos crianças normais. Belle tem noção do quão bela é, eliminando todos as suas imperfeições uma a uma. Sabe que tem a capacidade de iluminar uma sala sempre que entra nela e de fazer todos os presentes a seguirem. Uma característica que de muito se orgulha e que tenta aperfeiçoar a todo o custo. Algo que não pode dar a conhecer ao mundo devido a estar no programa de protecção de testemunhas. E por fim temos Warren, um rapaz muitíssimo inteligente que sabe que para reinar é importante saber os pontos fortes e fracos dos seus opositores e desde o primeiro dia localiza quem irá sofrer nas suas mãos. Olho por olho, dente por dente.

Um livro que se destaca pelas personagens e pela escrita estranha do autor. Uma escrita que inicialmente se estranha, mas depois de entranha. Experimentem, um livro cuja opinião depende muito de pessoa para pessoa, mas que da minha parte está aprovado.

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