sábado, 5 de abril de 2014

Convergente

Autora: Veronica Roth
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 416
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04383-2

Sinopse:
A sociedade de fações em que Tris Prior acreditava está destruída - dilacerada por atos de violência e lutas de poder, e marcada para sempre pela perda e pela traição. Assim, quando lhe é oferecida a oportunidade de explorar o mundo para além dos limites que conhece, Tris aceita o desafio. Talvez ela e Tobias possam encontrar, do outro lado da barreira, uma vida mais simples, livre de mentiras complicadas, lealdades confusas e memórias dolorosas.
Mas a nova realidade de Tris é ainda mais assustadora do que a que deixou para trás. As descobertas recentes revelam-se vazias de sentido, e a angústia que geram altera as vontades daqueles que mais ama.
Uma vez mais, Tris tem de lutar para compreender as complexidades da natureza humana ao mesmo tempo que enfrenta escolhas impossíveis de coragem, lealdade, sacrifício e amor.
Alternando as perspetivas de Tris e Quatro, Convergente, encerra de forma poderosa a série que cativou milhões de leitores em todo o mundo, revelando por fim os segredos do universo Divergente.


Opinião:
Comecei a ler esta saga mal ela saiu no mercado português e visto eu ser uma grande fã de distopias não preciso de dizer o quando gostei desta. Adorei as diversas facções, as suas apresentações, os seus acreditares e escolhas. Adorei a personagem de Tris, alguém forte e determinado que faz as suas próprias escolhas e que lida com as consequências. Já em Quatro via uma pessoa forte, determinada e que embora tenha os seus próprias receios e passado, tenta fazer o máximo para se provar a si mesmo e a todos o quão determinado é.

No livro anterior ficámos perante uma sociedade perdida. Uma sociedade cheia de divergência onde há pessoas que querem continuar com o esquema das fações e outras querem ser livres. Há imensas frentes de guerra e inúmeros grupos que se erguem das sombras para lutar contra aquilo que consideram errado. Pessoas que querem ser livres... outras que querem manter-se na sua vida sossegada. Morte, dor e medo começam a ser as palavras de ordem e é aí que um grupo de supostos divergentes e outras pessoas com talentos especiais, se juntam e saem para o exterior, tal como o vídeo que criara esta grande divisão dizia que se devia fazer. Mas o que encontram fora das muralhas é tudo menos o que esperavam. Pessoas diferentes e ao mesmo tempo muito parecidas... Um local que parece estar em paz mas que se acaba por descobrir ser ainda mais disfuncional do que a Chicago onde Tris, Quatro e os amigos moravam.

É nesse lugar que as grande dúvidas assombram Tris e os seus companheiros. Lutando contra um mal que neles eles compreendem bem o que é, vão-se tornar pessoas diferentes, que nunca estão em acordo e que lutam uns contra os outros em vez de lutarem uns com os outros.

Não sei bem o que achar deste livro... Achei-o tão, mas tão diferente dos livros anteriores. Aliás, para mim este livro já não pertencia ao género literário de distópia mas sim de ficção científica. É verdade que a autora fez o seu melhor para não deixar pontas soltas, mas da minha parte estas pontas irão permanecer. Para quem não sabe a minha área de estudo é ciências e neste livro há com cada barbaridade científica que fiquei um pouco tristonha, mas se fixar uma mentalidade de aceitação total pelas justificações da autora, posso afirmar que esta tentou, e bem, pôr os pontos em todos os i's existentes na saga.

Como disse é um livro muito diferente dos outros dois, não só no seguimento que a própria narrativa segue, mas também nas personagens. Quatro neste livro acabou por me desiludir. Eu gostava dele por ser uma personagem forte, determinada e que embora tivesse os seus próprios medos, fazia o seu melhor para que estes não lhe comandassem a vida. Mas neste livro ele deixa-se absorver por estes medos, tudo devido a uma grande revelação devido à sua divergência. Uma revelação que o altera totalmente e o leva a tomar decisões de que se acaba por arrepender fortemente.

Tris não muda muito do livro anterior para este, mas de alguma forma neste livro acaba por me irritar fortemente em diversas partes, pois embora a verdade seja que ela tem razão sobre o que diz, ela di-lo de uma forma que pode ser considerada convencida e pelo menos a mim isso acabou por me irritar um pouco. Mas os pequenos momentos de sinceridade da personagem acabam por recompensar de alguma forma esta irritação que fui desenvolvendo por ela ao longo da narrativa.

O final? Sinceramente não adorei, mas até gostei. Foi um final agridoce e que foi preciso coragem da parte da autora para o escrever, mas foi o melhor final possível que esta poderia ter dado à saga. O final mais realista e talvez por isso o que os fãs menos esperavam. Li imensas críticas a este livro antes de lhe pegar e há opiniões muitíssimo dispersas em relação ao final. Eu da minha parte gostei e achei que foi a melhor forma de salvar "o mundo" e todos aqueles que nele habitavam, com o menos número possível de mortes. Não foi um final cor-de-rosa, longe disso, foi um final realista e de que os fãs tinham esperança que não acontecesse. 

O grande ponto fraco foi sem dúvida a transformação de uma distópia para uma tentativa de ficção científica onde existiam erros demasiado flagrantes. Mas se me abstrair disso foi um bom final, sem pontas soltas e com algumas das personagens que aprendemos a adorar ao longo da saga. Uma saga que gostei imenso e que embora ache este livro muito mais fraco que os dois primeiros, é uma saga que vale a pena adquirir e ler, tirando cada um as suas próprias conclusões sobre este final controverso.

2 devaneios:

Raquel Martins disse...

Concordo contigo, também achei que o final foi realista o que me agradou!

Anónimo disse...

A mim só me fez confusão a repentina alteração entre o tipo literário, de resto nem o achei muito mau, e olha que tinha lido inúmeros comentários que me assustaram xp

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