sábado, 13 de setembro de 2014

Não Digas Nada

Autora: Mary Kubica
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 336
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898626547

Sinopse:
Um thriller psicológico intenso e de leitura compulsiva, Não Digas Nada revela como, mesmo numa família perfeita, nada é o que parece.
Tenho andado a segui-la nos últimos dias. Sei onde faz as compras de supermercado, a que lavandaria vai, onde trabalha. Nunca falei com ela. Não lhe reconheceria o tom de voz. Não sei a cor dos olhos dela ou como eles ficam quando está assustada. Mas vou saber.
Filha de um juiz de sucesso e de uma figura do jet set reprimida, Mia Dennett sempre lutou contra a vida privilegiada dos pais, e tem um trabalho simples como professora de artes visuais numa escola secundária. 
Certa noite, Mia decide, inadvertidamente, sair com um estranho que acabou de conhecer num bar. À primeira vista, Colin Thatcher parece ser um homem modesto e inofensivo. Mas acompanhá-lo acabará por se tornar o pior erro da vida de Mia.


Opinião:
Esta deve ser das melhores capas deste ano, das publicações portuguesas. Sei que é a capa original e ainda bem que não a mudaram, pois basta a capa para nos crescer uma curiosidade imensa!! Esta capa aliada ao título e à forma como as letras estão compostas por cima da cara. Claro que tudo ajuda quando lemos a sinopse e vemos o booktrailer. Não é qualquer um que fica indiferente à afirmação "Não sei a cor dos olhos dela ou como eles ficam quando está assustada. Mas vou saber.". Bastaram estas duas frases e fiquei rendida, tinha que ler este livro que pelo que tinha lido noutros blogues, tinha só pontos positivos a apontar.

Mia Dennett vem de uma grande família, tanto de nome como de império. Crescendo com tudo o que queria, acaba mesmo assim por ser a ovelha negra da família, ao decidir que não quer de forma alguma seguir os passos do pai e tornar-se uma grande advogada ou até mesmo, quem sabe, juíza. Tais tarefas deixa para a sua irmã mais velha, o orgulho do pai. Tendo lutado pelo ensino que queria, pois o pai disse que não lhe ia pagar o curso para ser uma simples professora, Mia era adorada por todos os seus amigos e alunos, compreendendo as pessoas como ninguém. Num dia em que é deixada pendurada pelo namorado, Mia acaba por falar com um homem que apesar da sua estranheza acaba por ser deveras atraente.

Quando ambos decidem que querem mais do que uma conversa, mal sabe Mia que a sua vida mudaria. Colin é um sujeito que não se dá como nada nem ninguém, sendo apenas amigo da sua mãe e não querendo que ninguém o aborreça. A sua missão? Raptar Mia e entregá-la ao seu chefe. Mas um repentino sentido de justiça fá-lo mudar de direção e não a entregar ao chefe, acabando por ser ele o verdadeiro raptor, mantendo-a presa no meio do nada, para "sua própria proteção".

Este romance deixou-me a pensar após a sua conclusão. Especialmente devido àquele final. Não vos passa pela cabeça como o final é emocionante. Aquele final foi perfeito para me ajudar a determinar a relação entre Mia e Colin. Este livro não é um policial, longe disso, é um thriller psicológico muito bem construído que aprofunda as relações familiares de uma família destruída, para além da estranha relação que se constrói entre Mia e o seu raptor.

Nunca percebemos nada do ponto de vista de Mia, apenas o último capítulo, e por causa disso acabamos por conhecer a fundo o seu raptor, Colin, a sua mãe, a única pessoa que acreditava que Mia tinha mudado para se tornar uma pessoa melhor e que não tinha fugido, estando sim desaparecido por um pior motivo, e o polícia que se encontra à frente da investigação, uma pessoa determinada, correcta e com uma alma demasiado carinhosa para o seu próprio bem.

Descobrimos logo desde o início que em toda a família de Mia, a sua mãe é a única que acredita nos seus feitos e sonhos, sendo a única pessoa preocupada com o seu desaparecimento. A relação entre o pai de Mia e a sua mãe demonstra-se ser uma fachada para todo o público ver, mas que na privacidade da sua casa desaparece, apresentando-nos um casamento já há muito desfeito e sem volta a dar. Uma mulher que vive as angústias de a filha poder estar morta sozinha, acabando por descobrir a única pessoa que também se importa no inspetor da polícia que está em frente do caso.

Mas a verdadeira surpresa para mim foi a personagem de Colin. Uma personagem com tantas diferentes nuances que admito que tive dificuldade em perceber se ele era uma boa ou má pessoa. Ele roubada, contrabandeava, raptava... Mas no final, acaba por demonstrar todo um propósito para tais atos. Agora... se Mia sofria de síndrome de Estocolmo? Depende da parte do livro em que nos encontramos e tal vai mudando ao longo de toda a narrativa, levando-nos a duvidar das ações de todos os envolventes na ação.

Um livro que aconselho e cujo final adorei.

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