terça-feira, 22 de setembro de 2015

Entrevista a Jorge Sousa Correia



1. Fale-nos um pouco sobre si.
Tenho alguma relutância em falar de mim. Não quero contudo que entenda esta resistência como uma fuga.
Não sei que possa mais dizer para além do que vem na badana dos meus livros. Talvez que me aflige tanta injustiça no mundo, falta de solidariedade, desprezo pelas pessoas, a ganância de um certe extracto da sociedade que aos poucos vai criando o abismo. Falamos de uma nova era, o crescimento de uma civilização de senhores e servos. É exagero? O mundo é um rodopio. As comunicações desventram a vida das pessoas, torna-as em vencedores e vencidos, sábios e ignorantes. Mas a vida não é nada disto. Não há ser humano que não tenha valor. Como D. João II disse um dia, “Um homem custa muito a criar” tinha razão. Hoje homens e mulheres morrem por causas que não são suas, expulsos das suas terras por tiranos e homens ávidos de poder. O caso dos refugiados é um novo holocausto.

2. Como entrou a escrita no seu dia-a-dia?
Após aposentar-me, decidi fazer o que há muito tinha adiado. Foi portanto o tempo e a intenção que criou a oportunidade.

3. Como se sentiu ao tornar-se um autor publicado?
Tenho os meus livros nas listas literárias da Biblioteca Nacional e isso compensa-me.

4. Identifica-se com alguma das suas personagens (de qualquer um dos seus livros)?
Na verdade, para ser sincero, não me identifico com nenhuma, embora simpatize com algumas das personagens dos meus livros.

5. Quais são as suas referências e inspirações enquanto escreve?
Tenho em Fernando Campos um autor que talvez me incentivasse a escrever sobre o romance histórico. A Casa das Perguntas (1989) é uma obra notável. A minha inspiração coexiste com as personagens. São elas que dão vigor ao meu pensamento.

6. Qual é que acha que é o papel da blogosfera em geral na divulgação literária?
Confesso que não estou muito atento. No entanto, levando em conta o vigor da comunidade bloguista, não duvido da sua influência.

7. Tem recebido feedback dos seus leitores?
Não sou assim tão conhecido. Mas sim, em alguns casos até fico agradavelmente surpreendido.

8. Tem algum plano literário para o futuro?
Tenho. Não vou divulgá-lo, por questões que têm a ver com o efeito surpresa. Ainda assim posso dizer que não será sobre o romance histórico.

0 devaneios:

Enviar um comentário