Autora: Tracy Chevalier
ISBN: 9789722350860
Edição ou reimpressão: 2013
Editor: Editorial Presença
Páginas: 288
Sinopse:
A Última Fugitiva é um romance vibrante sobre os tempos que antecederam a guerra civil norte-americana e a abolição da escravatura. Passa-se no Ohio rural, na década de 1850. Honor Bright é uma jovem quaker de Dorset que parte para a América em busca de uma nova vida. Cedo toma contacto com o Underground Railroad, um movimento de pessoas que ajudam os escravos negros a fugir para norte em busca da liberdade, uma causa a que os quakers eram muito sensíveis. Tracy Chevalier entretece com entusiasmo e beleza a história dos quakers pioneiros e a dos escravos fugitivos, revelando o espírito e a coragem de homens e mulheres comuns que tentaram fazer a diferença, desafiando até as suas próprias convicções mais profundas.
Opinião:
Gostei do livro "A Rapariga do Brinco de Pérola" - tanto do livro como do filme -, e por esse motivo quando pus as mãos em mais um livro da autora quis de imediato lê-lo. Sabia de antemão qual o estilo de escrita da autora e por esse motivo esperava um livro mais parado mas forte e encontrei-me com isso mesmo. Aliás, tenho a dizer que este livro também daria um bom filme, se fosse adaptado pelas pessoas certas, claro.
Honor é uma jovem quaker. Os quakers são um grupo religioso que, apesar de eu não conhecer antes de ler o livro, fiquei a compreender (e depois confirmei com uma pequena pesquisa na internet) que são conhecidos pela sua simplicidade, por nunca mentirem e por serem pacifistas (a comunidade ganhou um nobel da paz, inclusive). São conhecidos como "Amigos" e ajudam-se mutuamente sempre que é necessário. Honor sempre vivera rodeada pela simplicidade, entre a sua família e as suas costuras. Quando a irmã decide viajar para a América, Honor acaba por a acompanhar, nunca esperando a morte da irmã por doença durante a viagem, ficando totalmente sozinha e sem forma de regressar.
Acabando por ser ajudada e por ficar a morar na casa do noivo da irmã, Honor descobre que tudo era melhor onde vivera, arrependendo-se piedosamente de ter saída da sua terra natal. Nesta nova terra toma conhecimento da escravatura e inevitavelmente acaba por ajudar estes escravos, dando-lhes alguma alimentação e direccionando-os para quem mais os poderia ajudar. Começa a ser um ponto reconhecido por todos os escravos, mas essa ajuda acaba por lhe complicar a vida, pondo-a em risco.
Este é um livro que existe para contar a vida na América desse tempo e não um livro sobre as personagens em si. Apesar de vermos tudo pelos olhos de Honor, pouco ficamos a conhecer dela. Apenas sabemos que tem saudades da família e da sua vida anterior, mas pouco mais nos é indicado. O facto de ser uma quaker, que está habituada a ter pouco e a não reclamar, provavelmente contribui para esta maneira de ser da personagem. Acabamos sim por compreender a interação entre os escravos, aqueles que os ajudam, aqueles que os caçam e todos os outros que não querem ter nada haver com a situação e que simplesmente fingem que nada se passa. É esta interação que é falada no livro e descrita com perícia pela autora.
Não é um livro com muita ação. Tudo se desenrola lentamente dando tempo ao leitor para saborear cada ação e cada pensamento, algo que eu já sabia ser muito próprio da autora. Sim, gostei deste livro, prendeu-me e queria saber como iria terminar, apesar de não ter um final definitivo pois o livro centra-se na escravatura e não propriamente em Hodor, ou seja, temos um final para Hodor, mas não para a escravatura.
Recomendo.
0 devaneios:
Enviar um comentário