sábado, 1 de fevereiro de 2014

Era uma vez um Rapaz

Autor: Nick Hornby
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 294
Editor: Editorial Teorema
ISBN: 9789726958680

Sinopse:
Will Freeman, de 36 anos de idade, não quer ter filhos e não percebe porque é que toda a gente lhos recomenda com tanto entusiasmo. Vive num confortável e moderno apartamento, livre de Legos e cheio de CD's, em Islington. Will tem todo o seu tempo livre, graças aos royalties que recebe, anualmente, por uma pirosa canção de Natal que o seu pai escreveu em 1938. O nosso herói compreende, porém, o ponto de vista das mães sozinhas, especialmente quando elas se parecem com Julie Christie. Assim, acaba por se envolver com um grupo de pais sozinhos e inventar um filho de dois anos, cujas ausências requerem constantes explicações.
Entra em cena Marcus, cujos pais se separaram; as lágrimas da sua mãe sobre os flocos do pequeno-almoço começam a tornar-se assustadoras. Os progressos de Marcus, na sua nova escola de Londres, são ameaçados pelas suas roupas desapropriadas, pelo seu horrível corte de cabelo e pela sua preferência herdada pela música de Joni Mitchell. Uma vez que as circunstâncias puseram Will no seu caminho e uma vez que este sabe, pelo menos, como é que os miúdos se devem vestir e que o Kurt Cobain não jogava no Manchester United, porque é que Marcus não há-de servir-se dele, tanto quanto possível?
Neste segundo romance, Nick Hornby explora as relações que as pessoas estabelecem entre si, neste mundo em que o chamado modelo ideal de família pura e simplesmente já não se aplica.


Opinião:
Já vi o filme baseado neste livro há imensos anos, se não me engano até o tenho em dvd, mas já não me lembro muito bem sobre o que este era. Lembro-me que o rapazinho era esquisito e que desenvolvera uma relação deveras estranha com um homem que não faz nada da vida mas é imensamente rico. E foi apenas com estas fracas noções da história que me aventurei na leitura deste livro.

Will é um homem adulto de 36 anos, mas cuja mentalidade continua presa, sendo uma mentalidade de adolescente no corpo de um adulto. Will vive dos direitos de uma música natalícia que o seu pai compusera há diversos anos atrás, acabando assim por nunca ter trabalhado dia algum da sua vida. Mas isso não o impede de ser um homem imensamente rico e feliz com a sua vida, embora tenha que arranjar diversas formas de não se chatear por não fazer nada, acabando sempre por arranjar alguma actividade diferente e até mesmo estranha.

Numa dessas actividades estranhas, Will apercebe-se que existem imensas mães solteiras extremamente giras e que estão prontas para ter um homem que assuma a vertente parental masculina dos seus filhos. Dessa forma decide começar a aparecer em reuniões de pais solteiros, onde acaba por conhecer várias mulheres, ficando de olho numa delas. Para esta ficar interessada por si, Will cria uma mulher imaginária que o havia abandonado e um filho que é o centro do seu mundo.

Enquanto entra nessa aventura, numa das reuniões conhece Marcus, um rapaz estranho, que veste roupas do século passado e é demasiado cabeça no ar, chegando a ser gozado por isso. Marcus vive uma vida difícil. A mãe, acabada de se separar do pai está a entrar numa profunda depressão, chegando a tentar matar-se. O pai gosta de festa e drogas e não se importa de o fazer em frente ao filho. No meio dessa vida, Marcus acaba por desenvolver uma amizade deveras estranha com Will, acabando ambos por mudarem muito e crescerem graças a esta amizade.

É um livro de leitura simples e rápida, com personagens que nos prendem do início ao fim do livro, mas que acabam por nos atingir profundamente, especialmente Marcus, um rapaz com quem senti grande afinidade em todo o livro e que me deixou com imensa pena relativamente à vida que levava. Era um rapaz culto, mas que devido à educação que tinha, não se conseguia integrar, sendo considerado estranho por todos os seus colegas de turma. Um livro que acaba por falar de bullying, não atribuindo a culpa deste apenas às crianças, mas também a certos pormenores na educação das pessoas.

É um livro que acaba por ter uma história deveras simples, mas que acompanha como Marcus e Will mudam a vida um do outro, como se acabam por conhecer melhor do que ninguém e como se ajudam mutuamente. Um livro que acaba por ser mais profundo do que parece e cuja leitura gostei.

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