quarta-feira, 25 de março de 2015

O Inverno do Mundo (O Século #2)

Autor: Ken Follett
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 832
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722348768

Sinopse:
Depois do extraordinário êxito de repercussão internacional alcançado pelo primeiro livro desta trilogia, A Queda dos Gigantes, retomamos a história no ponto onde a deixámos. A segunda geração das cinco famílias cujas vidas acompanhámos no primeiro volume assume pouco a pouco o protagonismo, a par de figuras históricas e no contexto das situações reais, desde a ascensão do Terceiro Reich, através da Guerra Civil de Espanha, durante a luta feroz entre os Aliados e as potências do Eixo, o Holocausto, o começo da era atómica inaugurada em Hiroxima e Nagasáqui, até ao início da Guerra Fria. Como no volume anterior, a totalidade do quadro é-nos oferecido como um vasto fresco que evolui a um ritmo de complexidade sempre crescente.


Opinião:
Ken Follett. Quem é que não conhece este autor? Quem é que ao ouvir o seu nome não tem boas críticas a tecer? Este senhor é sem dúvida alguma um deus da escrita. Escreve como ninguém e conta histórias reais misturadas com ficção como ninguém. Admito que ainda não li nem metade dos seus livros, mas isso não deixa de me fazer uma grande fã. Neste segundo livro da trilogia "O Século", deparamos-nos com a geração seguinte das personagens que nos foram apresentadas no primeiro volume. Apesar disso é um livro que pode ser lido independentemente de se ter lido, ou não, o primeiro livro.

O mundo está a recuperar dos horrores da I Guerra Mundial. Vidas estão a ser refeitas e países a ser reconstruídos mas parece que tal esforço será em vão. Na Alemanha um novo homem começa a apresentar ideias perigosas, ideias de purificação que inicialmente são referidas como o melhoramento de um novo mundo, ideias de recuperação desse país após a segunda guerra mundial. Ideias que inicialmente as pessoas aceitam mas que acabam por determinar serem ideias de um louco. Mas quando chegam a essa conclusão é demasiado tarde e inúmeras vidas já se tinham perdido.

Tal como no livro anterior, acompanhamos a vida de pessoas muito diferentes e que acabam por se conhecer e relacionar, apesar de não saberem a importância desse conhecimento. Somos apresentados a diferentes famílias, sendo dessa forma possível observar os diferentes lados durante essa guerra. Começamos por rever Maud e Walter, que conceguiram tornar-se pessoas importantes no seu meio de trabalho, vivendo bem e felizes com os seus dois filhos. Uma felicidade que acaba por ser destruída quando os seus ideais começam a ser colocados em questão e a sua luta contra o fascismo destrói a paz familiar que haviam destruído.

Conhecemos também Lloyd, um homem que vê as atrocidades por que passam os seus amigos devido às suas escolhas na vida. Pessoas que por amaram outros do mesmo sexo são torturados, que por serem provenientes de outro país são insultadas e rebaixadas. Uma causa que Lloyd decide acompanhar e lutar lado a lado, crescendo na vida e decidindo entrar na política para poder lutar contra essa opinião que cada vez é mais generalizada.

Muitas outras personagens são apresentadas ao longo deste livro, mas sem dúvida que uma das personagens que mais gostei foi a filha de Maud e Walter, Carla. Carla cresce e, ao contrário do irmão, decide tornar-se útil. Consegue tornar-se enfermeira e acaba por utilizar esse posto para ajudar aqueles que, de acordo com Hitler, deviam ser mortos ou levados para campos de concentração. Retira medicamentos do hospital sem ninguém saber e distribuí por aqueles que se encontram escondidos. Esconde pessoas em sua casa e dá-lhes comer e proteção. Conhecemos Carla antes, durante e no final da guerra e vemos assim os esforços que esta empreende para lutar contra o fascismo imposto, contra as injustiças e ódio. Mas vemos também como acaba por sofrer após a guerra, quando os soldados que era suposto ajudarem também trazer dor e revolta para todos os alemães, mesmo aqueles que ajudaram durante a guerra.

Foi um livro que, tal como já esperava, gostei imenso. O que me fez confusão foi as personagens do primeiro livro serem praticamente ignoradas. É verdade que continuamos a seguir a vida dos seus filhos e netos, mas estas são postas não em segunda plano mas em terceiro ou quarto. Foi um factor que me fez imensa confusão, mas que acabei por agradecer, pois já tinha lido o primeiro livro há imenso tempo e não me lembrava de todos os pormenores. Adorei todas as personagens pois todas tinham os seus próprios dramas e problemas, lutando o melhor que podiam para ultrapassar as dificuldades pelas quais passavam. Personagens fortes, determinadas e que, dependendo das suas circunstâncias, ajudavam o melhor que podiam.

Um livro que recomendo e próximo volume livro espero ler brevemente!

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