quarta-feira, 1 de abril de 2015

Linda - Como no Homicídio Linda (Bäckström #1)

Autor: Leif G. W. Persson
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 512
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722529433

Sinopse:
Evert Bäckström, um inspetor «atarracado e primitivo» faz a sua estreia no primeiro livro da trilogia com o seu nome.
Durante um verão invulgarmente quente na Suécia, em que a grande notícia são mesmo as temperaturas, uma jovem é assassinada. Os principais efetivos da polícia de Estocolmo estão de férias e o caso é entregue a Evert Bäckström, um homem que dá mais trabalho do que cem delinquentes, se não mais.
Enquanto o homicídio de Linda ocupa as primeiras páginas dos jornais sensacionalistas e dos noticiários televisivos, Bäckström lidera uma investigação que quase lhe escapa das mãos, não fosse o esforço extraordinário da sua equipa.
Uma magnífica intriga policial, onde brilha sobretudo a sátira através do seu protagonista, o anti-herói e politicamente incorreto Evert Bäckström.


Opinião:
Este foi um livro que comecei a ler por causa da capa. Admito. Não sei, há algo que me prende mal olho para ela! Acho que qualquer leitor, mesmo que não seja propriamente um viciado do género, não resiste ao olhar para esta capa. Então eu, que sou extremamente influenciada pela capa, não resisti e descobri um género literário muito diferente do que esperava.

Evert Bäckström é um inspetor à antiga! Um senhor inspetor que sabe que é bom no que faz, que sente arrepios quando sabe que o seu sexto sentido o está a levar para a direção certa e que sabe que é melhor do que todos aqueles com quem trabalha. Eles apresentam uma ideia e ele sabe que já a tinha em mente, nem que fosse muito bem escondida. Por vezes simplesmente não se quer chatear e concorda com todos apenas para o deixarem sossegado. Os seus melhores amigos são a bebida e a pornografia, sendo a melhor forma de terminar o dia após fazer um "bom trabalho".

Num dia como qualquer outro contactam-no devido a um assassinado. Um assassinado que era extremamente importante ser resolvido, não fosse a falecida uma agente da polícia em formação. Uma mulher lindíssima e extremamente sensual, que aparece morta em casa da mãe. De imediato os polícias conseguem perceber que havia sido morta após ter vindo de uma grande festa e que, quem quer que a tivesse morto, já a tinha conhecido. Mas a vítima tinha-se cruzado com centenas de pessoas nessa noite, por isso que melhor forma de descobrir o assassino do que comparar a amostra de ADN que se havia descoberto na cena do crime com o ADN de todas as pessoas que se haviam cruzado com a vítima?

Este foi um dos policias mais irónicos, se não mesmo o mais irónico, que li em toda a minha vida. A personagem principal é simplesmente hilariante e imagino imensas pessoas serem assim e reagirem tal como esta. Os seus pensamentos de "não quero que me chateiem", "vou acenar só para pensarem que concordo", "vou dizer que sim mas interiormente acho que não, mas se o dizer ainda me dão mais trabalho". Adorei e acredito que muitas pessoas pensem assim e não me refiro apenas a inspetores. Todo o livro se encontra escrito nesse tom irónico, apesar de termos pessoas sérias e sinceras, os que acabam por ficar sempre com o trabalho todo e fazem as descobertas, apesar de os créditos serem todos dados aos outros que acabam por não fazer nada.

Foi um livro que começou lentamente e foi um início difícil por ser tão lento, mas quando as coisas começam a aquecer e nos começamos a habituar à escrita do leitor, lemos sem parar. Um livro que me surpreendeu porque eu não tinha lido a sinopse e não sabia que era algo mais irónico, mas que após passar a parte mais lenta da história acabei por ler sem parar.

Recomendo, apesar de avisar desde já que o início será um pouco mais lento.

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