domingo, 5 de maio de 2013

A Filha do Conspirador

Autora: Philippa Gregory
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 496
Editor: Civilização Editora
ISBN: 9789722635196

Sinopse:
"Perdi o meu pai numa batalha, a minha irmã às mãos de uma espia de Isabel Woodville, o meu cunhado às mãos do seu carrasco e o meu sobrinho às mãos de um seu envenenador, e agora o meu filho foi vítima da sua maldição…"
A apaixonante e trágica história de Ana Neville e da sua irmã Isabel, filhas do Conde de Warwick, o nobre mais poderoso da Inglaterra durante a Guerra dos Primos. Na falta de um filho e herdeiro, Warwick usa cruelmente as duas jovens como peões, mas elas desempenham os seus papéis de forma previdente e poderosa.
No cenário da corte de Eduardo IV e da sua bela rainha Isabel Woodville, Ana é uma criança encantadora que cresce no seio da família de Ricardo, Duque de Iorque, transformando-se numa jovem cada vez mais corajosa e desesperada quando é atacada pelos inimigos do seu pai, quando o cerco em seu redor se aperta e quando não tem ninguém a quem possa recorrer, a quem possa confiar a sua vida.


Opinião:
Adoro esta autora, não é nenhum segredo. Sempre gostei da sua escrita e dos livros sobre a dinastia Tudor, através dos quais a conheci. Este é o quarto volume de uma das suas sagas mais recentes, a saga da guerra dos primos, onde conhecemos a história antes da dinastia Tudor.

Neste momento o reino é governado por Eduardo IV, irmão mais velho de um conjunto de três irmãos e casado com Isabel Woodville, uma plebeia que chegou a rainha devido à sua beleza, esperteza e amor pelo recente rei. Tendo destronado o antigo rei, que estava a fazer praticamente tudo o que a rainha queria, por muito incorrecto que fosse, Eduardo é amado por muitos, mas a história está a repetir-se e Isabel começa a distribuir as terras do reino por aqueles que são da sua família, segredando ao ouvido do rei e ignorando todos os outros que ajudam o reino a prevalecer.

Ana e Isabel pertencem à família Neville, a família mais rica do reino, mais rica do que a família real. O pai destas é conhecido como "o fazedor de reis", tendo sido ele a colocar Eduardo no trono, tal como o rei antes deste e querendo agora colocar outro rei, pois Eduardo já não lhe serve os seus propósitos, ouvido os conselhos da rainha e não os seus. Levado pelo fascínio do poder, o fazedor de reis usa as suas filhas como peões num jogo perigoso, enquanto decide ir contra o rei, para lhe usurpar o trono, chamando bruxa à rainha e afirmando que esta está a levar o rei a fazer tudo o que não deveria fazer.

Mas as coisas não são nada fáceis e a ambição vai levar a família Neville a destruir-se lentamente, tudo para subir no trono. Até onde poderá a ambição e a vingança levar uma pessoa?

Sem dúvida alguma que ambição e vingança são as palavras chave deste livro. Neste livro temos um jogo de peões, sendo todos, tal como Ana Neville diz mais no final do livro, fazedores de reis. Mal vêem que poderá haver uma "vaga" no trono há de imediato uma luta de interesses em que inúmeros dos grandes senhores tentam colocar no trono a pessoa que mais lhe interessa para a sua própria causa. Este livro acaba por rodar muito em volta de Isabel Woodville, que conhecemos em livros anteriores, especialmente no "A Rainha Branca", onde esta acabou por encantar Eduardo, casando com ele em segredo e tornando-se rainha.

Este livro é como que um novo ponto de vista do que se passava no reino naquela altura. Nos livros anteriores aprendemos a amar Isabel Woodville, mas neste livro aprendemos a odiá-la durante praticamente todo o livro, mas no final perdoamo-la. Acabamos por ver que nesta guerra todos são inocentes mas ao mesmo tempo culpados pois ao ler do ponto de vista da pessoa que faz a acção muitas vezes parece-nos o correcto a fazer, mas quando lemos do ponto de vista de outra personagem percebemos que tal acção deve demasiadas repercussões negativas que poderiam ter sido evitadas.

Anna Neville é-nos desde o início apresentada como uma marioneta do pai. Uma marioneta que tem uma irmã calculista mas que a adora, embora chegue por vezes a passar por cima dela para ter o que quer, mas é aqui que a coisa fica estranha pois vemos que por muito que lhe passe por cima, acaba sempre, mas sempre por a adorar. Anna é também uma rapariga esperta e que embora a beleza não seja algo que a favoreça muito, a sua inteligência e simpatia, acabam por a juntar a um familiar da família real, por quem ela se apaixonara realmente.

Mas lembram-se de vos ter falada da ambição existente neste livro? É de tal maneira que após mortes de todos os parentes e mais alguns que lhe eram próximos e após sofrer imenso, a primeira coisa que Anna pensa quando está prestes a ser rainha é "consegui pai, consegui ser rainha!", mas de uma forma feliz. Acaba por ser um livro com uma personagem muito contraditório que tanto quer ser rainha, como se lembra que aquilo a faz sofrer pois morreram inúmeras pessoas em seu redor, mas de novo lembra-se que aquele sempre tinha sido o objectivo do pai que tanto gostava, mesmo tendo este colocado-a quase à beira da morte. Mas esta luta interior da personagem e a nossa própria luta para a perceber tornam o livro muito mais rico e dá-nos ainda mais vontade de ler esta história e de descobrir o seu verdadeiro eu. Além disso esta luta torna-a mais humana e real o que é algo que adoro nos livros desta autora.

Sem dúvida um livro a não perder e quero ler o próximo, intitulado de "A Princesa Branca" onde iremos saber mais sobre a filha de Isabel Woodville, conhecida como a rainha branca.

Pequeno aparte: esta saga está a ser adaptada para série, pela BBC e em princípio estreia em Agosto no estrangeiro! Uma série que vou sem dúvida assistir!

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