sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Morte na Arena

Autor: Pedro Garcia Rosado
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 352
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898626189

Sinopse:
Quatro homens aparecem mortos num prédio devoluto, ao lado de um braço decepado que não pertence a nenhum deles. Com o passar dos dias começam a surgir outros membros humanos espalhados por Lisboa, até ser evidente que são partes do corpo de uma jovem de dezasseis anos, filha de um dirigente político, que foi assassinada e que estava desaparecida havia meses.
As investigações destes casos estão a cargo da inspetora-coordenadora da PJ, Patrícia Ponte, ex-mulher de Gabriel Ponte, que enfrenta agora obstáculos dentro da própria PJ, além da pressão do ex-marido, que quer informações sobre o caso, e da jornalista Filomena Coutinho, que foi a causa da separação deles.
Os três acabam por descobrir um inferno escondido nos túneis subterrâneos de Lisboa: uma arena onde especialistas em combate corpo a corpo massacram homens e mulheres, numa imitação dos combates de gladiadores da Roma Antiga.


Opinião:
Acho que neste momento posso afirmar sem dúvida alguma que as últimas semanas têm sido de leituras portuguesas. Ando a aventurar-me em novas leituras e em novos autores e posso dizer que em grande parte tenho gostado da experiência. E este livro foi parte positiva da aventura, tendo pela primeira vez lido um livro deste autor que já conhecia de nome.

A PJ não podia ter um caso mais estranho. Têm sido encontrados membros humanos perdidos pela baixa de Lisboa, membros que se descobre que pertenciam a uma jovem rapariga filha de um influente político. A juntar aos estranhos membros espalhados por Lisboa aparecem vários polícias mortos a sangue frio, todos no mesmo local. Polícias que não pareciam ter qualquer relação entre si. Patrícia Ponte é a inspectora principal deste caso e Gabriel Ponte é o seu ex-marido e amigo de um dos polícias assassinados, o que faz com que acabe por investigar o caso mesmo sem pertencer à polícia.

Como já referi nunca tinha lido nada deste autor e devo dizer que gostei imenso do que li. Para começar estamos perante uma escrita muito boa, simples, fluída e envolvente. Graças ao facto de o livro estar escrito do ponto de vista de vários personagens, começamos a envolver-mo-nos com estas várias personagens o que acaba por nos prender à história e impede-nos de a conseguirmos largar.

Toda a acção se passa em Lisboa, por locais conhecidos pelo povo português e é muitíssimo engraçado estar a ler toda a acção e estar a relacionar as descrições com os locais verdadeiros que já conhecemos. Imaginar a acção a ocorrer em Lisboa foi um bom truque do autor e permite ao leitor estar mais próximo de tudo o que está a ocorrer no livro.

Como já referi o livro está escrito do ponto de vista de várias personagens, o que nos permite ligar a estas de uma forma muito distinta. Eu estava à espera de me ligar mais a Gabriel Ponte, mas acabei por aferir que não foi isso que aconteceu. Liguei-me e gostei muito mais de ler as passagens sobre a sua ex-mulher, Patrícia Ponte e o misterioso e apesar de tudo nada mal intencionado Diabo. Especialmente esta última foi uma personagem que me chamou imenso a atenção e acabamos por perceber que todas as suas má acções tinham uma boa razão por detrás, fazendo com que esta fosse uma personagem que adorei.

O início do livro é mais lento, pois temos a apresentação inicial do caso e ainda estamos perante várias pontas soltas que não parecem estar de forma alguma relacionadas. Mais para a frente tudo se começa a relacionar, os dois casos começam a fazer sentido juntos e a verdadeira acção começa, o que nos faz virar as páginas a um ritmo alucinante com o simples objectivo de saber o que irá acontecer naquele pesadelo que acabamos por descobrir ser a razão para a morte de todas aquelas pessoas.

Um policial muitíssimo bem escrito do, atrevo-me a afirmar, melhor autor de policiais português do momento. Aconselho!

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