quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Rapariga-Corvo

Autor: Erik Axl Sund
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 368
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722526159

Sinopse:
A psicoterapeuta Sofia Zetterlund está a tratar dois pacientes fascinantes: Samuel Bai, um menino-soldado da Serra Leoa, e Victoria Bergman, uma mulher que tenta lidar com uma mágoa profunda da infância. Ambos sofrem de transtorno dissociativo de personalidade.
A agente Jeanette Kihlberg, por seu lado, investiga uma série de macabros homicídios de meninos em Estocolmo. O caso está a abalar a investigadora, mas não tem tido grande destaque devido à dificuldade em identificar os meninos, aparentemente de origem estrangeira.
Tanto Jeanette como Sofia são confrontadas com a mesma pergunta: quanto sofrimento pode um ser humano suportar antes de se tornar ele próprio um monstro?
À medida que as duas mulheres se vão aproximando cada vez mais uma da outra, intensificam-se os segredos, as ameaças e os horrores à sua volta.


Opinião:
Esta capa está absolutamente fenomenal! Super misteriosa e até um pouco assustadora, promete que estamos perante um livro absolutamente fantástico com os ingredientes de um policial psicológico. E ao ler a sinopse confirmei precisamente isso, o que me aumentou ainda mais a curiosidade. Este foi daqueles livros que mal vi nas livrarias soube que tinha que o ler!

Jeanette Kihlber é uma agente da polícia conhecida pela sua eficiência naquilo que faz e por ser das poucas mulheres a ter um posto tão importante naquela esquadra. Casada com um artista plástico que não faz outra coisa senão começar quadros que acabam de algo forma por ficar sempre inacabados, este é um homem sonhador que acha que o dinheiro cresce das árvores e não repara no cansaço crescente bem visível em Jeanette devido a esta ter que sustentar sozinha a família, a que pertence mais um filho.

Sofia Zetterlund é uma psicoterapeuta muito boa naquilo que faz, devido à sua calma inerente e a um sentido de responsabilidade muito elevado. Vive com um homem que diz amar, embora esteja constantemente a pensar em outro amor antigo. Sofia tem pacientes muito interessantes que vamos conhecendo ao longo de todo o livro, especialmente Victoria Bergman e um rapaz da Serra Leoa, Samuel Bai, ambos tendo sofrido atrocidades quando eram simples crianças que deveriam brincar e ser felizes.

Quando um estranho e assustador assassino se encontra à solta, assassinando crianças de forma fria e sem coração, é Jeanette que quer provar que o assassino é o mesmo e que os casos das diversas mortes não são casos soltos. Mas é Sofia que poderá ter a chave para o mistério, através dos seus estranhos e peculiares doentes.

Adorei! Este é um livro frio e cru, onde o autor descreve de uma forma muito direta e sem floreados tudo o que acontece, inclusive atos que arrepiam qualquer um. É um livro que devido aos atos horripilantes descritos em junção com a escrita do autor, darão a volta ao estômago de muitos leitores, embora eu deva afirmar que apesar disso é um género que adoro. As personagens femininas principais estão muitíssimo bem descritas e acabamos por sentir uma grande afinidade por elas e pelas suas ações ao longo de todo o livro. As suas vidas pessoais acabam por ser as nossas vidas pessoais e os seus dramas acabam por nos deixar preocupados com elas.

Também adorei as personagens de Samuel e Victoria, dois dos doentes de Sofia. Dois doentes que sofrem de personalidade múltipla, uma doença que acabou por ser explorada de forma fantástica pelo autor, tornado estas personagens muitíssimo curiosas e fascinantes! O final... fantástico! Não estava nada à espera da reviravolta final embora quando esta aconteceu tudo começara a fazer sentido, tudo se começou a interligar.

Sem dúvida alguma um excelente livro, que recomendo a todos sem reservas algumas, embora seja um livro muito forte do início ao fim.

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