quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O Pior Dia da Minha Vida

Autora: Alice Kuipers
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 184
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722354066

Sinopse:
Tudo o que Sophie mais deseja é esquecer o que aconteceu... Mas as marcas que aquele dia fatídico deixou são demasiado profundas e, perdida nas suas memórias, a jovem refugia-se dentro de si mesma, num isolamento crescente, à medida que a sua relação com o mundo e com os que a rodeiam se vai deteriorando. As recordações de Emily, a irmã três anos mais velha e sua confidente, vão-se impondo, quase obsessivas, e Sophie terá de ser capaz de enfrentar a tragédia ocorrida no seu passado e de se libertar da culpa que sente se quiser recuperar o equilíbrio da sua vida. Uma obra inspiradora sobre as consequências trágicas dos atos terroristas, sobre o estado disfuncional em que um grande sofrimento nos pode mergulhar e, acima de tudo, sobre a capacidade de nos perdoarmos e reconstruirmos o nosso futuro.


Opinião:
Estas promoções da Presença dão cabo de qualquer carteira. Sabem aquela promoção que houve de que se fizesse uma compra superior a 100€ tinha-se 50% de desconto? Juntando-me com outras bloguers e amigas fizemos bem mais do que os 100€ e este foi um dos livros que adquiri, este e outro do autor John Green. Sem dúvida que estas promoções valem a pena, 15€ dois livros não acontece todos os dias. Mas passando para o livro... Esta é uma autora que já tinha sido publicada pela Presença mas eu nunca tinha lido nada da mesma. Não vos sei dizer se foi falta de curiosidade e interesse ou se simplesmente me passou ao lado, mas com este novo título isso não aconteceu. Fiquei extremamente curiosa com o livro, com o título e a capa.

Sophie vive numa depressão diária. As amizades que já tinha há anos estão a mudar, as amigas já não falam com ela como antigamente e até mesmo em casa tratam-na como se fosse feita de vidro. A realidade é que Sophie sabe que não anda nos seus melhores dias, mas tenta a todo o custo esconder isso daqueles que a rodeiam e fingir que tudo se passa como antigamente. Claro que as depressões da mãe não a ajudam, o olhar triste que esta dirige sempre que olha para ela. Um olhar que esconde não só tristeza mas, na opinião de Sophie, desapontamento.

Tudo muda em redor de Sophie em menos de um ano e esta acaba por descrever todas essas mudanças no seu diário. Todas as suas dúvidas, amores e desconfianças. Todas as situações por que passa e todos os olhares que lhe lançam...

Este foi um livro que me deixou com muitas dúvidas. Se por um lado o início do livro fora demasiado lento e não me prendera de forma alguma, é quando Sophie começa finalmente a revelar os seus verdadeiros sentimentos que comecei a ficar presa à narrativa e a querer saber mais e mais sobre o que tinha acontecido e todos os seus sentimentos. Mas lá está, estava no final do livro, por isso não podia esperar propriamente um aprofundamento muito maior das personagens e das suas relações. Sim, esta história tinha pano para mangas, tinha uma boa história de fundo e muitos problemas pessoais que podiam ter sido aprofundados de outra forma, mas achei que a autora não deu espaço às personagens para crescer. Em vez disso refere-nos os problemas que existem e passado duas ou três páginas está tudo bem com uma simples palavra amiga. Palavra essa que pode (e é) muito importante na recuperação das pessoas, mas não é tudo e gostava de ter lido um pouco mais sobre o que as personagens passaram para ultrapassar os seus problemas.

A mãe de Sophie anda deprimida e triste devido ao incidente que havia acontecido e de um momento para o outro descobrimos que tem um novo amigo masculino e que se sente melhor e está lentamente a ultrapassar o problema, mas sabemos essas informações de forma muito repentina e podiam ter sido exploradas com mais profundidade. O mesmo ocorre com a melhor amiga de Sophie que quando descobrimos como tinha passado o seu ano ficamos admirados (não muito, já estava à espera de algo do género) mas rapidamente fica tudo bem entre as duas.

A autora queria explorar de tal forma a dor de Sophie que não aprofundou o que se passava em seu redor e isso teria sido uma mais valia para toda a narrativa. Se tivesse dedicado os capítulos a diferentes personagens tenho a certeza que o livro teria sido bem melhor e mais aprofundado e foi isso que faltou. Apesar disso não deixa de ser um livro interessante e que se lê depressa, não fosse o seu tamanho (nem 200 páginas) e a escrita fluída da autora.

Um livro que se lê bem mas que tinha potencial para algo bem melhor.

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